A direita optou pela judicialização da política, diz Rafael Correa

O presidente do Equador, Rafael Correa, rechaçou a operação policial movida contra Lula na última sexta-feira (4) para leva-lo depor em decorrência da 24ª fase da Lava Jato. Para o chefe de Estado, o que aconteceu foi uma violação de direitos humanos.

Rafael Correa

Correa afirmou que ação contra Lula foi parte de uma arremetida dos grupos de direita do continente contra os líderes dos governos progressistas da América latina. “O que foi feito contra Lula é um atentado aos direitos humanos. Pensaram que Lula iria fugir se o chamassem para depor, jamais, mas foram inspecionar sua casa, o levaram detido a força para que declarasse”, afirmou o presidente aos jornalistas em um evento na Amazônia equatoriana.

Em apoio às declarações de Lula na coletiva de imprensa após ser liberado pela polícia federal, Correa afirmou que toda esta operação contra o ex-presidente brasileiro não teve outro propósito senão humilhá-lo para desprestigiar seu legado. Para o presidente equatoriano, isso faz parte da perseguição do “establishment” das estruturas da velha América Latina.

“Os governos progressistas enfrentam agora uma direita que estava atordoada, totalmente atordoada pelas derrotas que havia tido, mas que se articulou internacionalmente com o apoio descarado dos meios de comunicação nacionais e internacionais”, afirmou Correa.

Disse ainda que a mesma perseguição dos grupos de direita contra líderes progressistas na Bolívia, Venezuela e Argentina é a nova estratégia dos grupos poderosos que buscam voltar ao passado. “Se nota que há audácia, uma nova ofensiva da direita, com mais soberba, que repete o mesmo discurso em todo o continente e que optou pelo caminho da judicialização da política”.

Correa enfatizou ainda que a esquerda deve se unir para estar articulada com discurso e estratégia para conter os grupos de direita.