Atos deste domingo não alteram cenário, avaliam Daniel e Jandira

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) avaliou que os atos deste domingo (13), apesar de significativos, não foram o que o que a oposição esperava.

Daniel e Jandira

“As manifestações estavam abaixo do que eles esperavam. A marcha de 2015 não foi muito diferente das manifestações de hoje. Não foi a explosão”, disse Jandira. E ressalta: “A decretação da mídia de que o governo acabou é para tentar dar uma solução a favor daquilo que eles queriam e que não se concretizou”.

A deputada comunista disse também a os atos reafirmaram a campanha de criminalização da política.

“O que a oposição está apoiando é uma manifestação que acaba criminalizando a política, onde eles próprios são vaiados”, disse ela, referindo-se à vaia que os tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves receberam ao chegar para o ato em São Paulo. “O que eles estão sustentando é um fascismo político num contraponto contra a esquerda”, enfatizou.

Jandira frisou que “é óbvio que a situação do governo Dilma não é fácil” em função da pressão midiática, da Lava Jato, pelas dificuldades da crise econômica.

“Mas obviamente nós precisamos ter uma saída com Dilma”, salientou a deputada. E completa: “Temos um espaço de construção importante, que direciona uma ampliação ao centro com o movimento social e uma nova agenda econômica para o Brasil. E é isso que temos que trabalhar”.

Líder do PCdoB

Para o líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), as manifestações deste domingo não alteram o cenário brasileiro. Segundo ele, os atos se inserem no ambiente democrático que o país conquistou, mas são reflexo também de uma campanha midiática e da oposição, associada a setores do Judiciário e do Ministério Público.

“Os atos revelam uma insatisfação com a situação econômica e política que perdura, estimulada por setores que não aceitam o resultado de 2014, pela mídia e por setores do Judiciário e do MP que, nos últimos dias fizeram todos os movimentos possíveis para estimular essas manifestações”, disse, citando a condução coercitiva e o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula, como exemplos – episódios que, segundo vários analistas foram abusivos e feriram o Estado Democrático de Direito no país.

“Tudo isso significou uma verdadeira campanha para estimular o movimento de rua”, defendeu. Almeida citou ainda que as manifestações sinalizam também a necessidade de o governo estabelecer uma agenda que aponte para a superação das dificuldades.

Questionado sobre a polarização que existe hoje na sociedade brasileira, ele avaliou que essa divisão não é algo novo. "A divisão sempre existiu, especialmente entre uma minoria que tem tudo e uma maioria que não tem nada. O grande diferencial é que a maioria que não tem nada agora conquistou alguma coisa, vários direitos. E isso estimulou uma reação de setores preconceituosos. É uma atitude de setores fascistas e preconceituosos que saíram do armário”, opinou.

De acordo com o parlamentar, nada pode justificar a quebra da normalidade democrática, defendida por manifestantes nos atos. “Investigar, investiga-se tudo. E pune-se quem deve ser punido. Essa é a diretriz implementada inclusive por esse governo. Mas nada justifica quebra da normalidade”, disse.

O deputado avaliou que é preciso pactuar novos caminhos para sair da crise política e criar condições de retomar o crescimento. “O clima de tensionamento e confronto que se verificou nos últimos dias estimulou o movimento de hoje e também deve estimular os movimentos do dia 18. A polarização estimula os dois lados. O desejável é que se façam as manifestações, se proteste, mas se respeite o Estado Democrático de Direito e se estabeleçam condições de superar as dificuldades atuais”.