Partido Socialista espanhol retoma negociação com Esquerda Unida

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e a Esquerda Unida (Izquierda Unida – IU) retomarão nesta quinta-feira (17) os contatos para tentar dar um fim à paralisia política que o país vivencia desde as eleições de dezembro de 2015 e acertar a formação de um governo.

Pedro Sanchéz, Cayo Lara e Alberto Garzón

Os negociadores dos dois partidos se reunirão nesta quinta-feira pela primeira vez, depois da fracassada tentativa de posse do líder do PSOE, Pedro Sánchez, no dia 4 de março.

Liderados por seus porta-vozes parlamentares, Alberto Garzón e Antonio Hernando, a IU e o PSOE voltarão a manter diálogo bilateral, em um ato que deixa de lado o Ciudadanos (C's), organização de direita que acertou recentemente um acordo com os socialistas.

Desse modo, o PSOE retira um dos principais obstáculos para manter conversações com as forças de esquerda, que condicionaram sua participação na mesa de negociações à renúncia dos socialistas de manter acordos com o Ciudadanos.

Garzón foi o promotor do encontro entre quatro partes entre o PSEO, a IU, o Podemos e o Compromís para buscar a formação de um executivo progressista.

Entretanto, as conversas foram rompidas em 24 de fevereiro, após o polêmico pacto de posse selado entre Sánchez e o presidente do Ciudadanos, Albert Rivera.

O porta-voz da IU no Congresso de Deputados assegurou que a reunião desta quinta tem como finalidade explorar todas as possibilidades que permitam construir um governo a partir da esquerda.

Em sua opinião, a relação tem de ser diretamente com o PSOE, ao não ser possível concretizar uma administração de mudança com o partido de Rivera, considerado "aliado" do direitista Partido Popular, do chefe do executivo em exercício Mariano Rajoy.

Ele disse que tudo gira ao redor, em última instância, de uma eventual aliança entre Sánchez e o chefe do Podemos, Pablo Iglesias, que nas eleições obteve 69 vagas na câmara.

"Caso não haja novo acordo, haverá eleições antecipadas e isso, para nós, é uma má notícia", sublinhou Garzón.

O dirigente da Esquerda Unida não descartou que se possa obter um acordo entre os quatro partidos e que conte com a abstenção do Ciudadanos.