Beth Carvalho: Direita não se conforma em perder o poder

Uma das mais renomadas sambistas do país, a cantora Beth Carvalho manifestou seu rechaço ao golpismo. Em entrevista ao El País, Beth criticou a Operação Lava Jato e as arbitrariedade cometidas contra o ex-presidente Lula. Para ela, é preciso ir à luta em defesa da democracia. “A gente vai ganhar essa luta. 2018, Lula lá”, enfatizou.

Beth Carvalho

“É um absurdo o que esta acontecendo. É inconstitucional. É um tiro no pé da direita, porque o povo se comoveu com isso. Então vai ter povo na rua. Se me chamarem, e eu puder, eu vou também. Me preocupa a inconstitucionalidade. Como é que faz uma coisa dessas? Não podem te levar da tua casa com a Polícia Federal sem te comunicar. Foi arbitrário. Eu não temo as investigações, Lula é inocente”, completou Beth Carvalho.

Ela afirma que o samba tem lado e é de esquerda. “O samba é uma coisa da esquerda, do povo, os compositores são do povo, que sofre, que sabe o que é a fome, então eu me sinto muito honrada de formar parte disso tudo”, salientou.

A sambista analisa que a atual conjuntura é muito violenta, desrespeitosa. “Eles (a direita) não se conformam com perder o poder. Há discursos homofóbicos, racistas, uma coisa que a gente não via antes dessa maneira. Talvez poderia ser igual que hoje, mas a gente antes não percebia que era tanto”, frisou.

Questionada sobre os quadros de lideranças da esquerda que tem em casa, como Che Guevara e Fidel Castro, ela afirmou: “Acho justo, pelo amor de Deus. Cuba é um exemplo para a humanidade. É engraçado quando você vê que há shows em solidariedade a Cuba… Cuba é quem tem sido solidária com o mundo inteiro, inclusive com os Estados Unidos!”.

A jornalista María Martín não se conformou com a resposta e disse: “Imagino que você já deve ter visto que em Cuba há pessoas que passam fome?”. Ela respondeu: “Não vi. Estão melhores que nós, com certeza. Lá não tem miséria, não. Mas não podemos esquecer que eles são uma ilha, o embargou piorou… Não dá para fazer milagre, mas todos estão na escola, não tem uma criança na rua”.