Crianças sofrem com histeria coletiva antipetista

Em um clima de histeria coletiva, o Brasil vivencia um circo dos horrores. Induzidos por uma campanha midiática pelo ódio, onde a grande mídia atua como peça fundamental da campanha pela queda da presidenta Dilma, nada se apura, mas o conveniente se confirma, de forma constrangedora, todos os dias. Poderia ser ficção, mas é a realidade: Crianças estão sendo espancadas por usarem vermelho e outras estão indo de preto para escola, reproduzindo a cólera dos pais em sala de aula.

Enquanto muitas crianças se preparam para a Páscoa, outras estão reproduzindo as falas dos seus pais em salas de aula. Um grupo de mães da escola Espaço Livre no Centro de Campo Grande se mobilizou nesta quinta-feira, (17), e mandou as crianças vestidas de preto para a escola.

Segundo a coordenadora de Educação Infantil da escola, Ana Gorete, os assuntos tratados em sala sobre política, foram a motivação para mães mandarem as crianças usarem roupas pretas. “Após muitas perguntas em casa, elas combinaram no grupo do whatsapp que hoje eles viriam vestidos de preto”, conta.

Colocar a camisa preta neste dia tem muito significados para eles, como explica o aluno Dudu, “Hoje é um dia especial. O Lula e a Dilma estão roubando nosso dinheiro e isso é feio. Quero que eles sejam presos”, afirmou a criança, com apenas 4 anos. 

Mães espancadas com seus filhos 

A blogueira  blogueira Rafaela Freitas, em São Paulo, relatou as cenas de pânico que passou com sua filha: 

"Quinta feira (17),por volta das 13h, fui levar meu filho de 3 anos na escola, no Butantã, como de costume. Por acaso eu estava usando uma blusa vermelha. Ao parar no farol ouvi xingamentos, buzinadas e me jogaram uma pedra que pegou na minha perna, na altura da cabeça do meu filho de 3 anos. Assustador, triste e lamentável. A pedra machucou minha perna mas poderia ter acertado meu filho".

A também blogueira Matê da Luz testemunhou o refúgio de uma mãe com bebê um supermercado em São Paulo: 

"Vestia uma camiseta vermelha. O bebê chorava muito. Ela pediu abrigo ao segurança do mercado: “Moço, estou sendo praticamente apedrejada na rua, estou com medo por causa do nenê’”. A moça atrás de Matê decidiu dar sua opinião: “Claro, né, ela é louca, petista andando pela rua com nenê de colo, tá pedindo pra apanhar”.

A fotógrafa Monique Ranauro, do Rio de Janeiro, relatou em sua página no facebook que nunca imaginou que, vestir a sua filha de vermelho, poderia colocar o seu bebê em risco. 

Achei que fosse um assalto. O homem se aproximou de nós com a moto e, sem tirar o capacete, me chamou de puta. Disse que se eu não fosse pra casa ele iria dar tiro em mim e na minha filha. Saí apressada, trêmula, ouvindo ele me chamar de desgraçada por vestir a criança de vermelho.

Enquanto o circo dos horrores permanece, fica uma dúvida: Qual será o futuro de uma geração criada por discursos violentos e divisionistas?