Em meio a manifestações, Barack Obama chega na Argentina

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou nesta terça-feira (22) em Buenos Aires, na Argentina, para uma visita oficial ao país. Foi recebido com manifestações de rechaço pela população, pois a data coincidiu com o aniversário do golpe de Estado, em 1976, que culminou na última ditadura argentina, que durou até 1983.

Obama na Argentina - Reuters

Organizações sociais e movimentos políticos já anunciaram que serão realizadas manifestações em toda a capital e nas principais cidades do país.

Segundo a agenda divulgada pela Casa Branca, nesta quarta-feira (23) o presidente Obama vai se encontrar com seu homólogo, Maurício Macri, na Casa Rosada, às vésperas do aniversário de 40 anos do golpe.

Na praça em frente ao palácio, movimentos sociais se posicionam em rechaço à agenda presidencial com cartazes com frases como “Fora Obama” e “Obama não é bem-vindo”. Isso porque, consideram que a visita do presidente norte-americano servira para fortalecer as políticas neoliberais de Macri que já afetam negativamente a vida dos mais pobres.

Panfleto de convocação para as manifestações em rechaço à presença do presidente norte-americano


Depois da reunião com o presidente, Obama seguirá para uma reunião com as Câmaras de Comércio dos Estados Unidos e da Argentina. Os manifestantes também rechaçam esta atividade que consideram “conglomerado político empresarial” para “planejar o aprofundamento do endividamento e da entrega dos bens naturais do país ao imperialismo”.

Independente da visita de Obama, a Praça de Maio, tradicional espaço de manifestações populares, já tinha atividades marcadas, justamente por se tratar do aniversário do golpe que culminou numa das ditaduras mais sanguinárias do continente.

Nesta quinta-feira (24), data do golpe, organizações sindicais, sociais e dos direitos humanos farão uma grande passeata para dizer “nunca mais” às ditaduras na América Latina. Protestarão também contra a negociação de Macri com os fundos abutres.