Argentina deixará a sociedade da emissora multiestatal Telesur

O governo da Argentina vai abandonar a sociedade proprietárias da emissora de TV multiestatal Telesur. O anúncio foi feito pelo jornal La Nación neste domingo (27) e foi confirmado pelo ministro de Meios e Conteúdos Públicos, Hernán Lombardi.

Sede da Telesur - Andes

O ministro e o secretário de Comunicação Pública, Jorge Grecco, confirmaram que o país vai iniciar o processo para encerrar a participação na empresa La Nueva Televisión del Sur, criada em 2005, na Venezuela, pelo então presidente Hugo Chávez.

“Nosso país não tinha nenhuma ingerência nos conteúdos nem em seu gerenciamento. Esta determinação está em linha com o que temos proposto para os meios públicos em termos de pluralismo e austeridade”, declarou o ministro Lombardi.

A decisão foi anunciada à presidenta da Telesur, Patrícia Villegas, por telefone.
Com a saída e desvinculação, a Telesur deixa de ser transmitida em plataforma digital aberta na Argentina, que atualmente atinge 80% da população e também não será mais incluída obrigatoriamente nas redes de TV por assinatura.

A adesão da Argentina à Telesur deu-se a partir de um convênio de cooperação firmado com a Venezuela em janeiro de 2005. Passados os cinco primeiros anos da assinatura do convênio, sua renovação é automática, a menos que uma das partes comunique sua decisão de desligar-se. A desvinculação efetiva ocorre seis meses depois da apresentação de notificação.

Se a decisão se confirmar, a Argentina será o primeiro país sócio-fundador a deixar a La Nueva Televisión del Sur, que em 2015 completou uma década no ar.

A rede, que foi transmitida pela primeira vez em 24 de julho de 2005, tem como acionistas, além da Argentina (com 16% das ações), os Estados de Venezuela, Cuba, Equador, Bolívia, Nicarágua e Uruguai.

Telesur estuda resposta

A Telesur anunciou neste domingo (27), de sua sede em Caracas, que “estuda resposta formal” ao anúncio de saída da Argentina da rede.

Segundo nota, a empresa multiestatal “busca confirmação das fontes citadas por La Nación, devido a não ser costume de nossos meios replicar informação sem verificação prévia”.

A Telesur informou que tem recebido “múltiplas mensagens de apoio de diversas figuras políticas e do público em geral, que considera uma arbitrariedade do governo do presidente Mauricio Macri a medida citada e publicada no jornal La Nación”.