Fascismo chegou a escala máxima no Brasil, diz deputado

"Estamos sucumbindo ao fascismo". Essa é a avaliação do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), ao comentar ameaças e agressões contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki e seus familiares, depois da decisão do ministro de retirar das mãos do juiz Sergio Moro a responsabilidade de investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Paulo Pimenta

O governo federal havia apontado ilegalidades na divulgação dos grampos telefônicos sobre uma conversas entre Lula e a presidente da República. Em sua decisão, Teori pede para que Moro se explique sobre a divulgação dos áudios e que envie para o Supremo toda investigação que menciona o ex-presidente da República.

Manifestantes vestidos de verde e amarelo fizeram, na noite desta terça-feira (22), um protesto em frente à residência de Teori, em Porto Alegre, contra a decisão do ministro. Pimenta afirmou que durante a madrugada a residência do ministro "foi palco de atos hostis, ameaças" e lembrou que houve até divulgação de endereços de familiares do ministro na internet.

"Na Alemanha nazista os judeus precisam de esconder porque eram judeus, porque sendo sendo perseguidos. Comunistas precisavam se esconder, seus familiares eram hostilizados em locais de trabalho, em escola", comparou. De acordo com o parlamentar, "quando você tem situação que o fato de você integrar um grupo social, seja religioso, político, de qualquer natureza, e passa a ser hostilizado pelo simples fato de fazer parte deste grupo, isto é, do ponto de visto teórico, caracterização do fascismo".

"Agora, há um caso de incitação a violência contra um integrante da Suprema Corte. O fascismo chegou a sua escala máxima", reforçou ele durante entrevista a uma rádio da Rede Brasil Atual. Pimenta perguntou por que a Globo não dá destaque às hostilidades citadas por ele. "Isso não é notícia? Isso é notícia na imprensa internacional", disse. De acordo com o deputado, a imprensa tradicional silencia em relação a esses episódios porque é "parte do processo de incitação ao ódio".