Servidores da Justiça repudiam o golpismo e defendem a democracia

Os servidores públicos do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, manifestaram, por meio de nota, suas apreensões diante do cenário de crise política e institucional instalado no Brasil. Em nota, eles repudiaram, veementemente, "ações conspiratórias e desestabilizadora contra a liberdade e democracia, travestidos ou não de atos jurídicos ou acobertadas pelo manto da credibilidadede".

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No texto, os servidores protestam contra o vazamento seletivo em órgãos da impresa de conversas privadas da "líder maior da Nação, a presidenta Dilma Rousseff", tal fato, aponta a nota, "põe em risco a soberania nacional, agride de morte o papel de equilíbrio, moderação, prudência, cautela, austeridade, imparcialidade e comedimento da magistratura a ela imputados por lei e que dela se exige".

O manifesto pede ainda que "o Poder Judiciário e o Ministério Público atuem estritamente nos limites da Constituição". E indica o caminho da "defesa a legalidade, da democracia e do Estado Democrático de Direito".
 

Segue abaixo:


Manifesto de servidores do Poder Judiciário da União e do Ministério Publico da União, em defesa da democracia e contra o golpismo

Nós, servidores públicos do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, abaixo-assinados, diante do quadro de crise política e institucional que se instalou no País, vimos a público manifestar nosso mais veemente protesto de defesa da legalidade, da democracia e do Estado Democrático de Direito, nosso mais intenso repúdio contra toda ação conspiratória e desestabilizadora, isolada ou coletiva, contra as liberdades individuais e democráticas, travestidos ou não de atos jurídicos ou acobertadas pelo manto da credibilidade, da neutralidade e da isenção do Poder Judiciário Federal e do Ministério Público Federal.
Publicamos este manifesto num momento em que presenciamos o vazamento seletivo em órgãos da imprensa, de conversas privadas da líder maior da Nação, a Presidenta Dilma Vana Roussef, por um magistrado, que tem por função precípua a defesa da Carta Magna e dos direitos e liberdades pessoais. Tal procedimento do magistrado, típico dos estados policiais, põe em risco a soberania nacional, agride de morte o papel de equilíbrio, moderação, prudência, cautela, austeridade, imparcialidade e comedimento da magistratura a ela imputados por lei e que dela se exige.

Queremos, como servidores públicos e também como cidadãos da sociedade à qual prestamos serviço, que, no atual cenário de acirramento de ânimos, o Poder Judiciário e o Ministério Público atuem estritamente nos limites da Constituição, lei maior instituída pelo povo brasileiro e a todos imposta, não se deixando contaminar por paixões ideológicas, por interesses de classe e por artifícios desestabilizadores, golpistas e revanchistas. A serenidade deve prevalecer sobre a paixão política, de modo que a vida nacional transcorra dentro da normalidade e que as instituições, os valores e as regras democráticas sejam preservadas. A democracia foi reconquistada no Brasil após muita luta e não há de ser colocada em xeque por ações voluntaristas, personalistas e temerárias por quem quer que seja.

“O afeto ou o ódio mudam a face da justiça”. (Blaise Pascal)

 
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Anexo a íntegra do manifesto, com as assinaturas.

Endereço do evento para coletar novas assinaturas (Avaaz) e evento para participar da Marcha a Brasília em 31 de março Facebook .