Parlamentares anunciam disposição de luta contra o golpe 

Com o argumento de que não há fundamento legal e que qualquer tentativa no sentido de proceder o impeachment da presidenta Dilma Rousseff é um golpe à democracia brasileira, parlamentares lançaram na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia. E, para marcar o evento, não faltaram discursos e palavras de ordem em defesa do estado democrático de direito: “Não vai ter golpe? Vai ter luta”, anunciaram em uníssono parlamentares e representantes dos movimentos sociais. 

Parlamentares anunciam disposição de luta contra o golpe - Agência Câmara

A presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), que dirigiu o ato, destacou que “o Congresso Nacional , que tem o papel precípuo de defender a democracia, valorizar as instituições e defender a constituição está aqui para dizer que o golpe não passará.”

E anunciou que, diante da notícias de que setores do PMDB deixaram o governo, “faremos uma repactuação política, com um conjunto de partidos políticos e movimento sociais, para tirar uma agenda que garanta a retomada do crescimento e avanços na defesa do patrimônio brasileiro e dos direitos dos trabalhadores.”

Assim como Luciana Santos, outros parlamentares discursaram, destacando que a tentativa de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff está baseado em argumentos imprecisos, imperfeitos e políticos.


Publicado por Luciana Santos em Quarta, 30 de março de 2016

A presidenta Dilma Rousseff, que não tem nenhum denúncia contra ela, ser impedida por um monte de pessoas que estão sendo denunciadas e investigadas pela Operação Lava Jato, como o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o vice-presidente da República, Michel Temer foi o exemplo citado da situação absurda que se criou com a tentativa insistente da oposição e do PMDB de tirar do carrgo a presidenta eleita democraticamente pelo maioria do voto do povo brasileiro.

“Pelo em ovo”

O senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou todas as tentativas da oposição de interromper o processo democrático do país com o impedimento da presidenta Dilma. “Insatisfeitos com o resultado das eleições de 2014, deste aquela data, a oposição tenta impedir que a presidenta exerça seu mandato, propondo auditoria de votos, sugerindo que o diploma fosse entregue ao segundo colocado na disputa (Aécio Neves, do PSDB) e agora procurando pelo em ovo”, destacou Costa, citando as chamadas pedaladas fiscais que estão sendo apontadas como motivo para o pedido de impeachment.

O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA) destacou a iniciativa dos movimentos sociais e partidos de tradição democrática de luta popular para fazer “esse levante em defesa do estado democrático de direito e na civilidade do trato da política”, enfatizando a necessidade de deter atos fascistas ocorridos ultimamente de ataques e depredação de sedes de partidos (PCdoB, PT e Psol), de sindicatos e da União Nacional dos Estudantes (UNE).

“Essa frente vai manter a agenda democrática e de defesa dos direitos individuais”, discursou o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), enfatizando que faz oposição ao governo Dilma Rousseff, mas que se engaja na luta em defesa da democracia e do mandato da presidenta eleita democraticamente, porque “essas ameaças dizem respeito a todos nós”, enfatizou.

Outros parlamentares discursaram em defesa da democracia, destacando que a Frente pretende contribuir com o debate sobre o futuro do Brasil. “O voto dos parlamentares é que decidirá se o Brasil continuará trafegando nos trilhos da democracia ou se descambará para o golpe, amargando todas as graves consequências que esta ruptura pode causar ao país”, finalizou Luciana Santos.

O ato foi concluído com a apresentação de jovens que catavam e dançavam um funk, chamando atenção dos passantes, que lotavam o Salão Verde da Câmara, anunciando defesa de Dilma, para, em seguida, gritarem: “Cunha ladrão/ Inimigo da nação.”