Mais de 160 mil refugiados chegam por mar à Europa em três meses

No primeiro trimestre de 2016 chegaram por mar a Europa 169 mil migrantes e refugiados, segundo indica esta sexta-feira (1º/4) a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Barco de refugiados chega a ilha de Lesbos, na Gécia

De acordo com o último relatório da OIM divulgado nesta sexta, a Grécia continuou como o destino principal destas pessoas, em sua maioria sírios procedentes de acampamentos na Turquia, pois um total de 150.703 cruzaram nesse período as perigosas águas do mar Egeu para desembarcar nas ilhas gregas mais próximas.

Até 31 de março, chegaram a 18.357 os migrantes que chegaram à Itália neste ano vindos principalmente da Líbia, Eritreia, Sudão, Somália e outras nações africanas, mas se espera que com as recentes medidas para frear a rota grega, a cifra de pessoas que viajaram por essa via alternativa aumente nos próximos meses.

Um acordo entre a União Europeia (UE) e a Turquia permite deportar para esse último país todos os refugiados e migrantes recebidos na costa grega a partir de 20 de março, o que, segundo relatórios oficiais, reduziu as cifras em 70% durante sua primeira semana em vigor, com um total de 1.578 entradas.

No entanto, por esses dia chegaram a território italiano por mar 3.421 pessoas, o que indica que esse país começa já a deslocar a Grécia como primeiro destino, agrega a fonte.

De acordo com o relatório, um total de 620 pessoas perderam a vida na travessia para a Europa, 366 delas em águas do mar Egeu enquanto tratavam de chegar a Grécia vindas da Turquia e outras 249 na rota para a costa italiana.

A OIM divulgou também a cifra de migrantes e refugiados que se encontram presos em vários países, impedidos por medidas de controle fronteiriço de avançar para seus destinos finais em outras nações europeias mais desenvolvidas. Destes, 56 mil permanecem na Grécia.

Também estão, segundo esses dados, cerca de 1.200 na Macedônia, uma quantia similar na Hungria, mais de mil na Sérvia e centenas na Eslovênia, Croácia e Bulgária.

A UE anunciou recentemente que a partir de 4 de abril aumentará a devolução de migrantes irregulares da Grécia para a Turquia.

Nesse contexto, crescem as críticas daqueles que propõem que o disposto nesse pacto vai contra o previsto na Convenção Europeia de Direitos Humanos e outros regulamentos dada a possibilidade, entre outras violações, de deportações coletivas forçadas de refugiados a um destino inseguro.