Francisco Dornelles: "O PSDB é a UDN de hoje"

O governador em exercício do Rio de Janeiro e presidente de honra do PP, Francisco Dornelles, afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que a legenda articula a formação de um "centrão" para fazer frente ao golpismo que ameaça o mandato legitímo da presidenta Dilma Rousseff.

Senador-Francisco-Dornelles - Agência Brasil

Dornelles, ocupa o lugar de Luiz Fernando Pezão (PMDB) – que está licenciado para tratamento de um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que atingiu duas vértebras -, enfatiza que embora o impeachment seja um ato político, o julgamento tem que ter fundamento jurídico e, segundo ele, até agora não viu crime de responsabilidade praticado por Dilma.

Ele criticou a política do "quanto pior melhor" da oposição tucana. "O PSDB é a UDN de hoje. Faz uma oposição de qualquer jeito, com base ou sem base", disse. E completa: “Se [a oposição] fizer impeachment apenas na força do número de deputados, acho que o Supremo pode derrubar", avaliou.

Dornelles, hoje com 81 anos, viveu o período turbulento que antecedeu o suicídio de Getúlio Vargas – primo de seu tio, Ernesto Dorneles, ex-governador do Rio Grande do Sul – e a quebra do regime democrático em 1964.

Para Dorneles, a saída do PMDB da base de apoio do governo não vai representar a aprovação do impeachment da presidenta Dilma não será afastada, pois o governo está costurando bem a colcha de retalhos de apoios dos partidos médios e pequenos.

Além disso, ele reforça: “O impeachment, sem argumentos muito fortes, iguala o Brasil a republiquetas latino-americanas. A melhor saída é manter dogmas do presidencialismo, o mandato de quatro anos. O fato de ela fazer um mau governo ou ineficiente não justifica o afastamento".