Dilma não cometeu nenhum crime, diz governador de Sergipe

Em entrevista ao Brasil 247, o governador de Sergipe Jackson Barreto (PMDB) afirmou que acompanha o desenrolar do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff com “muita preocupação”. Ele voltou a criticar o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), a quem acusou de agir “por vingança”.

Jackson Barreto

“Eu estou acompanhando com muita preocupação, com muita atenção, porque o que nós queremos, acima de tudo, é que seja mantido o Estado Democrático de Direito, o respeito às leis. Dilma não cometeu nenhum crime. Juridicamente, essa história das pedaladas é um pano de fundo para cobrir as intenções de uma elite que não suporta um governo de origem popular, eleito pela vontade popular”, afirmou.

Segundo ele, Cunha não tem legitimidade para conduzir o processo de impedimento da presidente. “Eu acho que um processo de impeachment que é conduzido por uma pessoa sem qualificação como Eduardo Cunha, fere tudo o que a lei manda. Cunha responde a não sei quantos processos, é acusado de tantos crimes, e é ele que encaminha esse processo da forma que está sendo feito, com posição política claramente definida, ostensiva, ferindo tudo o que a lei manda. O que se quer fazer é uma vingança porque ele sabe que a situação dele não se sustenta. A qualquer momento, ele pode ser afastado. Esse processo é de uma ilegitimidade tão grande como é ilegítimo a posição dele na presidência da Câmara”, criticou.

Questionado se orientará os deputados federais que são seus aliados na votação do impeachment, Jackson Barreto afirmou que não precisa tomar esta medida, pois acredita que os parlamentares “estão conscientes do seu papel em defesa da democracia”.

O governador comentou ainda o posicionamento do deputado federal Valadares Filho (PSB), que já declarou voto favorável ao afastamento de Dilma. “Valadares Filho é o dono da cabeça dele, cada um faz o que achar politicamente correto, e amanhã preste contas do seu papel”, disse.