Cunha confirma manobra: votação do impeachment começa por Região Sul 

O 1º secretário da Câmara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP), anunciou, nesta quarta-feira (13), em Plenário que a votação, no próximo domingo (17), do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff será feita iniciada pela Região Sul. 

Oposição tenta acelerar análise do pedido de impeachment - Agência Câmara

Deputados governistas contestam a decisão de Cunha e afirmam que a decisão faz parte de mais uma manobra do presidente da Câmara para criar um clima propício ao impeachment, considerando que a Região Sul manifesta possuir mais votos favoráveis ao intento de Cunha, que seja o impedimento de Dilma.

Segundo a interpretação que Cunha disse ter feito do regimento interno da Casa, primeiramente, serão chamados nominalmente os deputados da Região Sul, estado por estado, até se chegar à Região Norte; e dentro de cada estado, a chamada seguirá a ordem alfabética dos nomes dos deputados.

No regimento interno da Casa, a votação deveria ocorrer “alternadamente, do Norte para o Sul e vice-versa”. Cunha reconhece que essa alternância poderia dar a entender que, caso fosse chamado um estado do Norte, o seguinte seria um estado do Sul.

Na interpretação dele, a orientação firmada foi de alternância entre votações e não na mesma votação.

Não houve crime

No domingo (17), será votado o parecer em que o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator da Comissão Especial do Impeachment, recomenda que a Câmara autorize o Senado a processar a presidenta Dilma por crime de responsabilidade. Em seu relatório, aprovado por 38 votos a 27, Arantes avalia que Dilma cometeu crime ao abrir créditos suplementares de Orçamento via decreto presidencial, sem autorização do Congresso Nacional; e ao adiar repasses para o custeio do Plano Safra, o que obrigou o Banco do Brasil a pagar benefícios com recursos próprios – manobra chamada de “pedalada fiscal”.

Os deputados da base aliada ao Executivo argumentam que não houve crime e classificam o processo de impeachment como golpe contra Dilma e a democracia.

Para o impeachment de Dilma ser aprovado, são necessários 342 votos a favor do parecer de Jovair Arantes, o equivalente a 2/3 dos 513 deputados da Casa.