Anahangabau dia 17 contra o golpe
Ulisses Franco, de 17 anos, e Ligia Franco, 19, são irmãos e chegaram no início da tarde ao vale para participar do ato. “Independente do apoio ao governo, está acontecendo um golpe no Brasil. Não é constitucional. Estamos aqui defendendo o direito do voto da população”, afirmou Ligia.
Na opinião de Ulisses, a juventude não pode ser conivente com essa situação de ataque a democracia. “Não vejo muitos jovens nos atos, gostaria de ver mais”, opinou. Para ele, os meios de comunicação são responsáveis pela despolitização da juventude.
Povo nas ruas
Por volta das 15h a organização do ato pela democracia estimava 50 mil pessoas no Vale do Anhangabaú. “Esperamos casa cheia, o vale repleto. Esse guerreiros e guerreiras, coração valente. Esperamos que esse dia 17 entre como o dia em que os trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil derrotaram os golpistas, essa elite que quer levar o povo à escravidão e não quer respeitar a Constituição”, declarou Onofre Gonçalves, um dos coordenadores da Frente Brasil Popular e presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-SP).
Douglas Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), e também da Frente Brasil, disse que os golpistas não passarão porque o Brasil tem movimento social organizado e centrais que tem o apoio do trabalhador. “O Brasil de 2016 não é o mesmo de 64”, ressaltou.
“A CUT, a CTB, o PCdoB, o PT, a Frente Brasil estará nas ruas até que a democracia seja restabelecida no Brasil. Até que o pais retome a agenda do crescimento econômico, da geração de emprego, do desenvolvimento e a continuidade das políticas sociais, que foi o projeto que fez com que 54 milhões de brasileiros elegessem a presidenta Dilma Rousseff.”
Coordenador estadual do MTST, Josué Rocha, declarou que o movimento no Anhangabaú é importante para dar aquela última pressão das ruas para os deputados. “Vamos continuar na luta nas ruas, e se o golpe for vitorioso não vamos aceitar um governo ilegítimo”, finalizou.
Música pela democracia
Hip Hop, Capoeira, Forró foram alguns dos ritmos que fazem a trilha sonora da festa pela democracia no Anhangabaú. Passaram pelo palco a rapper Sharylaine, o grupo Peixe Elétrico, o movimento de capoeiristas Golpe só na Capoeira. O cantor e compositor Chico César também vai se apresentar no Vale.