MST relembra Eldorado dos Carajás e diz "não" ao golpe

Neste domingo (17) as ruas das maiores cidades do Brasil estão tomadas por manifestantes em defesa de democracia e golpistas que defendem um impeachment sem crime de responsabilidade. Mas para os trabalhadores do campo esta data tem um peso ainda maior, neste dia o Massacre de Eldorado dos Carajás completa 20 anos. O MST relembra a luta histórica dos camponeses e diz não ao golpe.

MST contra o golpe - Daniele Bastos

Em respeito à memória dos 21 mártires tombados na “Curva do S”, na rodovia PA-115, próximo a Eldorado dos Carajás, em 1996, o MST realiza neste domingo uma série manifestações. O crime ficou mundialmente conhecido o o dia 17 de abril foi instituído como o Dia Mundial da Luta Camponesa.

Desde o início da manhã deste domingo mais de cinco mil manifestantes se concentram na rodovia onde ocorreu o massacre orquestrado pelo latifúndio e executado pelo Governo através da Polícia Militar. Um ato político cultural reúne artistas, partidos políticos, movimentos populares e sociedade em geral .

Mais cedo foi realizado uma celebração ecumênica em Memória aos Mártires da Terra, conduzidas pelo Bispo de Marabá, Dom Vital Carbellim, e pelo Pastor Samuel Limiro da Silva, da Assembleia de Deus.

Além das ações no Pará, também em Salvador, na Bahia, foi realizado um culto ecumênico em homenagem aos mortos de Carajás.

Contra o golpe 

Por todo o país, o Dia Mundial de Luta Camponesa ganhou uma nova conotação devido à atual situação política: os milhares de Sem Terra de Norte a Sul do Brasil se somam nas capitais e grandes cidades às manifestações contra o golpe articuladas pela Frente Brasil Popular. Na Paraíba, mais de 400 camponeses realizam a Marcha Estadual iniciada nesta sexta-feira (15), de Campina Grande a capital João Pessoa, num percurso de dez dias a pé.

O MST se soma às ações da Frente Brasil Popular nos estados do Rio de Janeiro, Piauí, Alagoas, Minas Gerais, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Pará e Distrito Federal.