PCdoB reafirma necessidade de ampliar e fortalecer luta contra o golpe

Na noite desta terça-feira, 19, o PCdoB-RS realizou uma ampla plenária que reuniu dezenas de pessoas de Porto Alegre e Região Metropolitana na sede da Afocefe, centro da capital. 

Em pauta, a necessidade de o partido ampliar a mobilização contra o golpe e pela democracia, dialogando mais diretamente com a população sobre o que de fato está em jogo no país neste momento. A ideia dos comunistas é esclarecer a sociedade sobre as perdas que uma quebra da ordem institucional acarretariam na vida dos trabalhadores.

dalberto Frasson, presidente estadual do PCdoB, iniciou a plenária lembrando a presidenta Dilma Rousseff: há, no Brasil, uma cultura golpista que estava adormecida. “A elite promotora deste golpe — que é o impeachment sem base legal — nunca governou ouvindo o povo. E não admite que outros caminhos sejam traçados se não o receituário neoliberal”. Frasson também denunciou a ação da mídia, bem como dos porta-vozes do sistema financeiro e dos interesses estadunidenses neste processo.

Para ele, no entanto, todo este processo — e em especial a votação da admissibilidade do processo de impeachment no último domingo (17/04) — está resultando no maior entendimento do cenário por cada vez mais brasileiros. “O povo está percebendo o que está acontecendo, está compreendendo o que está em jogo. E na medida em que aumenta esta compreensão, aumenta a mobilização contra o golpe. É para isso que devemos estar atentos a fim de contribuir para ampliar o movimento de resistência e reação”, disse. Segundo Frasson, neste momento é essencial “mostrarmos a violência que essas elites estão cometendo contra o povo e o país. Dilma foi legitimamente eleita, não cometeu crime, portanto, deve continuar seu mandato até o fim.

Márcio Cabral, presidente municipal do partido, lembrou que o golpe em curso vai além da derrubada da presidenta. "Trata-se de uma resposta dos setores reacionários à crise do capitalismo”. Para ele, a elite não está mais disposta sequer a permitir mudanças na distribuição de renda e na garantia de direitos aos trabalhadores e camadas populares. “O programa proposto por [Michel] Temer é muito mais nefasto do que o projeto neoliberal posto em prática nos anos 1990, especialmente a partir de FHC”.

A vereadora Jussara Cony lembrou o legado de lutados do PCdoB, como João Amazonas, e destacou: “Não há meio termo: estamos diante da luta de classes. Temos de forjar a unidade com o povo”. A vereadora destacou que o PCdoB “não está pensando apenas no Brasil, mas também na América Latina pelo papel estratégico para o enfrentamento do imperialismo que está aqui dentro junto com os golpistas".

Na avaliação da secretária estadual da Mulher, Silvana Conti, os setores golpistas pretendem "retirar os direitos conquistados com muita luta da classe trabalhadora; meter a mão nos recursos do pré-sal e entregar a Petrobras aos interesses internacionais”. Silvana também afirmou que os líderes do golpe buscam "acabar com as políticas públicas para as mulheres, para a população negra, a juventude, os LGBTs e os direitos humanos em geral, acabar com as políticas sociais e, por fim, colocar o país de joelhos frente aos interesses econômicos do neoliberalismo”.

De Porto Alegre,
Priscila Lobregatte