Para FST, Plano Temer explora e retira direitos do trabalhador
“Do ponto de vista geral o que o PMDB propõe não pode ter nenhuma acolhida pelos trabalhadores. É um projeto voltado exclusivamente para favorecer a classe patronal e para aprofundar a exploração do capital”, declarou Sebastião Soares, dirigente da Nova Central, após reunião do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), realizada nesta terça-feira (26), em Brasília. Os participantes rejeitaram o programa Ponte para o Futuro ou Plano Temer, considerado de conteúdo neoliberal.
Por Railídia Carvalho
Publicado 26/04/2016 17:53
Com a presença de representantes de sindicatos e confederações, o Fórum deliberou pelo fortalecimento da entidade como instrumento de luta contra a "reforma destrutiva da CLT” especialmente se vingarem projetos em que o "negociado prevaleça sobre o legislado".
Atualmente estão em tramitação no Congresso Nacional cerca de 55 projetos que flexibilizam a legislação trabalhista.
“O fórum tem que se fortalecer e se organizar para impedir que tudo seja entregue para o capital. Não dá mais para os trabalhadores pagarem pela crise”, explicou.
Plano Temer é oposição aos trabalhadores
Segundo Sebastião, o FST tem críticas ao governo Dilma por conta do distanciamento do diálogo com o movimento sindical. Porém, ele afirmou que “a perspectiva do PMDB não é alentadora”. Na opinião do dirigente o programa Ponte para o Futuro ou Plano Temer é “antagônico” aos interesses da classe trabalhadora.
Entre os pontos do documento ele citou como os mais reprovados pelo FST a proposta de desvincular o salário mínimo dos proventos da Previdência Social e a perspectiva de terceirização, que é muito clara no documento. “É um desastre total e tem a rejeição do FST”, disse Sebastião.
Nenhum direito a menos
De acordo com ele, o fórum vê a necessidade de ampliar a presença no Congresso Nacional para impedir a aprovação de medidas que retirem direitos dos trabalhadores.
“A conformação majoritária do congresso atual é absolutamente contrária aos interesses sindicais e sociais do povo brasileiros, prevalecendo os interesses individuais. Por isso é necessário estar mais presente nas comissões e nas articulações com deputados assim como é importante a unidade entre as centrais, confederações para fazer frente a esse desmonte e impedir a retomada dos projetos neoliberais”, defendeu.
Golpe
Apesar de conter opiniões diversas em relação à atual crise política brasileira, Sebastião lembrou que o FST se posiciona em favor do estado democrático de direito. Para ele, particularmente, o processo contra a presidenta Dilma é um golpe jurídico parlamentar. “Não há crime comprovado ou denunciado em relação a presidenta. É um processo ilegítimo, tanto é que recebe a condenação internacional”, opinou.
A FST vai realizar no dia 4 de maio nova reunião para definir a agenda de atuação para 2016 e também tratar da organização de um seminário no dia 18 de maio em Brasília para aprofundar o debate sobre a conjuntura política. Neste seminário, a entidade deverá definir as pautas e orientações que serão tratadas em encontros nos diversos estados brasileiros.