Temer diz que eleição direta “é golpe”

Apesar de conspirar abertamente contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff e fazer do seu gabinete o QG do golpe, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) classificou como “golpe” a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada no Senado pela antecipação das eleições presidenciais para este ano.

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Temer disse ainda que nos Estados Unidos “as pessoas ficariam coradas” de apresentar uma proposta como essa. A declaração foi dada durante encontro com representantes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

A pergunta que fica é: o que diriam os constitucionalistas norte-americanos sobre a tentativa de afastar uma presidenta legitimamente eleita, com 54 milhões de votos, para dar lugar, por meio de um golpe, a quem tem 1% de intenção de voto?

A conversa com os sindicalistas também foi marcada pelas críticas ao plano de “governo” de Temer, o chamado “Ponte para o Futuro”, elaborado pelo comando peemedebista, que tem, entre outras propostas, a criação de idade mínima e à desvinculação dos benefícios previdenciários da política de reajuste do salário mínimo.

Nesta terça (26), Temer manteve o ritmo de visitas com aliados golpistas. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), esteve reunido com o vice, além de Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha.