Telmário Mota: Toma-se no tapetão o mandato de uma presidenta

“Estamos vivendo hoje um momento histórico e vergonhoso”, falou o senador Telmário Mota (PDT-RR) na sessão do impeachment que acontece nesta quarta-feira (11), no plenário do Senado e lembrou ainda de duas palavras que nunca foram tão faladas, “a Constituição” e “a Democracia”, porém, disse o senador, elas não estão sendo respeitadas.

Telmário Mota - Foto: Reprodução

Segundo Telmário, o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff retira o poder “dos milhares e milhares de eleitores que fizeram essa opção” no voto. “Hoje ocorre uma tentativa de tomada de poder, apelidado impeachment”, disse ele, que abre um “precedente político, com enorme prejuízo para a população”. 

Digitais do PSDB

Para o senador, todo o processo de impeachment tem a marca do PSDB, partido que foi derrotado nas eleições pela presidenta Dilma em outubro de 2014. “Ele começou pela ótica do revanchismo e o ódio do PSDB”. E lembrou que todos os envolvidos na denúncia e que entraram com o pedido de impeachment em desfavor à presidenta estão ligados ao partido de oposição ao governo, como os advogados Flávio Henrique Costa Pereira (coordenador político do PSDB), Miguel Reale Jr (filiado ao PSDB desde 1990) e Janaina Paschoal (que recebeu R$ 45 mil). No Senado, lembrou Telmário, o PSDB esteve à frente do processo, tendo como relator Antônio Anastasia, do PSDB mineiro que “ficou na retórica e não conseguiu caracterizar crime de responsabilidade da presidente”.

Acusações nulas contra Dilma

Telmário reafirmou que a presidenta Dilma não cometeu nenhum ato criminoso. “Ela não roubou, não desviou dinheiro, não cometeu crime de responsabilidade” e explicou que os argumentos de acusação da presidenta são extremamente falhos. “Eles sequer são assinados por ela.”

O senador retrucou os argumentos da oposição que coloca a presidenta como responsável pelas dificuldades financeiras que o Brasil atravessa e, esclareceu que o governo federal apenas investiu em agricultura. No Plano Sagra, por exemplo, houve a aplicação de R$ 96 bilhões, com o retorno R$ 2,5 trilhões de reais. “Eles querem tomar o mandato pela responsável por 53% da nossa exportação, 35% da criação de empregos, e de ter comprado máquinas para as lavouras. E usou a expressão: “quando o campo não planta, a cidade não janta”.

Sobre avaliação do governo, Telmário disse que “hoje o Congresso tem menos popularidade que a presidenta Dilma, mas ela vai ter que pagar por tudo”, disse o senador.

Dizendo falar para os que foram às ruas contra a corrupção, o senador mostrou o jornal O Globo de hoje em que apresenta o futuro ministério de Temer, o que chamou de uma verdadeira repartição pública. Dos 14 ministros apresentados pelo jornal, pelo menos a metade estão envolvidos com corrupção.

Que país é esse?

Citando a música de Renato Russo, o senador questionou se o povo brasileiro quer mesmo que a democracia seja desrespeitada. “Esse é o futuro do país que queremos? Que país é esse? Que toma no tapetão o mandato da presidenta? Que país é esse? Esse é o país que estamos deixando para as nossas gerações futuras, mas nós queremos um país que fale de democracia e que faça cumprir a democracia. Esse é o país dos nossos sonhos", completou.