Dilma: governo de Termer é conservador e não tem representatividade

Na conferência de imprensa, com correspondentes estrangeiros, nesta sexta-feira (13) antes de embarcar para Porto Alegre, a presidenta eleita Dilma Rousseff classificou o governo do presidente golpista, Michel Temer, como "conservador" e "liberal" e que tem um problema de representatividade. 

Dilma diz que governo de Termer é conservador e tem problema de representatividade

"Lamento que, depois de muito tempo, não tenha mulheres e negros no ministério. Eu acho que a questão de gênero é uma questão democrática", disse. Para a Presidenta, o novo Governo "vai ser liberal na economia e extremamente conservador", e não parece que dê tanta atenção a áreas como a Cultura.

Segundo Dilma Rousseff, durante o seu mandato "muitas pessoas nas elites estavam descontentes" com os programas sociais que lançou, destacando que "enfrentamos a crise (econômica)  preservando os programas sociais".

Contra o governo de Michel Temer, que classifica como "ilegítimo" e, como tal, "precisa sempre de mecanismos ilegítimos" para se manter, Dilma Rousseff prometeu lutar e recuperar o apoio do Congresso, defendendo  uma profunda reforma política no Brasil, que deve ser discutida nos próximos meses e anos.

Ela insistiu em dizer que enquanto estiver afastada do poder, vai focar-se na sua defesa, "jurídica e política". Esta defesa será feita "para todo o povo brasileiro", sublinhou, garantindo que sempre que for chamada vai "comparecer de forma transparente e aberta para responder".
 
Sabotagem

Dilma Rousseff frisou que apostou nas políticas sociais e no crescimento econômico nos 15 meses do segundo mandato, mas que sofreu "toda a sorte de sabotagem na tentativa de governar". Em tempo de crise, não foi possível "aprovar medidas que precisavam de ser aprovadas pelo Congresso", lamentou.

"Estávamos enfrentando uma crise e precisávamos de tomar medidas que deviam ser aprovadas pelo Congresso. Sistematicamente, todas as saídas propostas no sentido de sair da crise foram ou invalidadas, bloqueadas, ou aceitas só parcialmente", afirmou.

A chefe de Estado brasileira  criticou ainda "vazamentos seletivos" em uma referência a divulgação de escutas telefônicas feitas pelo juiz Sérgio Moro, que investiga osa casos de corrupção na Operação Lava Jato.

Segundo Dilma, todas as acusações contra ela são aceitas, mas quando se pede para investigar a oposição é recusado, criticou, denunciando as tentativas sistemáticas e ilegais de investigá-la mesmo sem nenhum indício de crime praticado por ela.