Criar a Casa Rosa está nos planos de Luiza

A ideia é oferecer um espaço de acolhida e apoio a meninas e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social. Na pauta da pré-candidata, destaque para projetos voltados aos direitos da mulher.

Luiza de Sousa Bernardes (44) é técnica em enfermagem, trabalha na área, atendendo pacientes em domicílio. Natural de Brasília, ela está há 22 anos em Goiás; morou no interior e reside há 9 anos na Capital, junto com duas filhas. A origem humilde e o contato com pessoas que precisam dos serviços de saúde que Luiza oferece, fizeram dela uma pessoa comunicativa e sempre aberta a ouvir o próximo.

Os sonhos de Luiza são grandes, mas ela vê neles a possibilidade de ajudar a população carente de forma efetiva e acredita que o mais importante é a vontade política de quem está no poder em querer transformá-los em realidade. “Sonho desenvolver um projeto que acolha meninas de 8 a 17 anos em situação de risco e vulnerabilidade social”. Milhares de jovens nessa faixa etária, no Brasil, enfrentam condições adversas para sobreviver com dignidade e, em não conseguindo outra alternativa, seguem o caminho da prostituição.

A ideia de Luiza é criar a Casa Rosa, no vão interno da rodoviária de Goiânia, local aonde chega a maioria das adolescentes que saem de suas cidades à procura de uma vida melhor. Esta casa de acolhida teria uma equipe multidisciplinar de apoio, com o fim de viabilizar assistência material e psicológica a esse público. “Vejo meninas cada dia mais novas sendo mães e mulheres jovens, com 30 anos, sendo avós. Dar aos jovens outra opção de vida é dever do Estado e um compromisso que toda sociedade deve assumir com seus cidadãos”, ressalta.

Apoio às minorias – Em sua trajetória de vida, Luiza enfrentou muitos obstáculos e desafios inerentes às mulheres, mães de família, que trabalham para garantir um futuro melhor aos filhos. “Apoio a mulher separada, negra, pobre e mãe solteira, porque senti na pele todo o tipo de discriminação que lhes é imposta”. Nesse sentido, Luiza defende a aplicabilidade plena da Lei Maria da Penha, que segundo ela representou um avanço nas conquistas feministas. Na lista de discriminações Luiza inclui ainda os canhotos. “O mundo não foi feito para os canhotos. Sejam nas escolas, empresas, órgãos públicos e até mesmo nos projetos arquitetônicos e decorativos das residências o canhoto é solenemente ignorado”, ressalta.
Os projetos da pré-candidata incluem ainda a classe da enfermagem. “Nossa carga horária é de 30 horas semanais, mas em muitos casos, as condições para cumpri-la são desumanas”, diz ela. “Como uma enfermeira pode sair do trabalho à meia noite e ir para casa?”, questiona. Para ela, as escalas de trabalho têm que ser adequadas à realidade do trabalhador e da trabalhadora. Nesse sentido, Luiza incentiva a sindicalização dos profissionais da área e fala que irá lutar por maior representatividade política do sindicato da categoria.