Senadores criticam medidas de Michel Temer: vergonha ao país 

Em sessão plenária nesta segunda-feira (16) no Senado, os senadores fizeram críticas aso primeiros dias do governo ilegítimo de Michel Temer. O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que os primeiros movimentos do governo de Michel Temer estão causando vergonha ao país. Ele criticou a formação do novo ministério, com políticos citados na Operações Lava Jato, Polícia Federal, e disse que o próprio Temer é considerado inelegível pela Justiça Eleitoral. 

Senadores criticam medidas de Michel Temer: vergonha ao país - Agência Senado

Para o senador, o fato de não haver mulheres ou negros no primeiro escalão é revelador e mostra uma visão elitista, além de significar que Temer não reconhece qualidades entre as mulheres ou entre as minorias do país.

Humberto Costa também criticou o fim do Ministério da Cultura e demonstrou preocupação com a continuidade dos programas sociais e afirmativos. Na visão do senador, os movimentos que cobraram o impeachment não foram motivados pelo combate à corrupção, mas sim pelo ódio ao PT e às ações sociais.

“Não daremos sossego aos que mancharam a nossa história e jogaram no lixo os votos de mais de 54 milhões de brasileiros. Vamos seguir apontando essa trama sórdida que solapou o Estado Democrático de Direito”, disse Costa.

Insatisfação do povo

O senador Telmário Mota (PDT-RR) lamentou a formação do novo ministério, com envolvidos nas operações Lava Jato e Zelotes. Ele acrescentou que o primeiro escalão é, em sua opinião, “conservador e machista”.

Segundo o senador, a insatisfação do povo brasileiro com o novo governo já começou a ser mostrada na noite do último domingo, quando houve "panelaço" e "apitaço" durante a entrevista de Temer a um programa de televisão. Telmário ainda disse que a população não vai aceitar a diminuição de direitos e benefícios que foram conquistados durante os governos Lula e Dilma.

Mudou para pior

O senador Jorge Viana (PT-AC) também falou sobre o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff, e a formação do ministério do presidente ilegítimo Michel Temer, afirmando que, “de quinta-feira para cá o Brasil mudou e mudou para pior”.

Ele destacou a repercussão negativa do afastamento de Dilma em vários jornais internacionais e avaliou que Temer começou mal ao anunciar, entre as primeiras medidas de seu governo, a fusão do Ministério da Cultura com o da Educação e a do Ministério da Ciência e Tecnologia com o das Comunicações.

Jorge Viana criticou também o fato de Temer não ter chamado nenhuma mulher para seu ministério, e ressaltou que o fisiologismo predominou na definição dos novos ministros.

“Hoje, vejo empoderado nesse governo interino o fisiologismo, o que há de pior na política brasileira. O que há de pior. Este país não aguenta um governo como esse que o senhor Michel Temer montou. Não aguenta”, discursou.

Jorge Viana afirmou ainda que o governo Temer não tem legitimidade. Ele manifestou a esperança de que alguns dos senadores que se posicionaram em favor do afastamento de Dilma Rousseff possam rever suas posições na hora de julgar o impeachment propriamente dito.