Suécia ratifica ordem de detenção contra Julian Assange

A justiça sueca ratificou nesta quarta-feira (25) uma ordem de detenção contra o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, por supostos delitos sexuais, indica uma fonte judicial.

Julian Assange

De acordo com um comunicado de um tribunal de Estocolmo divulgado nesta quarta, "Assange é suspeito de violação com agravantes menores e por agora há risco de que escape ou evite de alguma outra forma a perseguição ou o castigo".

Thomas Olsson, um dos advogados suecos do fundador de WikiLeaks disse que apelará a decisão de manter a ordem de captura contra seu cliente.

Em 2010, a promotora Maria Haljebo formulou inicialmente os cargos contra Assange por violação e ordenou sua detenção, por supostamente ter relações sexuais com a sueca Anna Ardin sem utilizar proteção, mas depois retirou a acusação por carência de evidências para culpá-lo.

No entanto, em setembro de ano, a Promotoria reabriu a investigação e iniciou uma perseguição para capturá-lo e processá-lo por esse delito.

Diversos analistas indicam a possível vinculação da acusadora Anna Ardin com a CIA, dos Estados Unidos (EUA).

Assange, que pôs em xeque a diplomacia estadunidense com a divulgação de milhares de telegramas do Departamento de Estado, refugiou-se na Embaixada do Equador em Londres em junho de 2012 para evitar a extradição para a Suécia.

O australiano afirma que a solicitação não é mais que uma manobra para enviá-lo aos EUA, onde seria julgado por difundir informação confidencial sobre a segurança nacional norte-americana, e poderia ser condenado a prisão perpétua ou a morte.

O Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU concluiu em um ditame em fevereiro passado que a detenção de Assange era "arbitrária" e pediu aoReino Unido e à Suécia que acabassem com ela.

Depois disso, a defesa do australiano voltou a solicitar ao Tribunal de Distrito de Estocolmo que revogasse a ordem de detenção, mas a apelação foi recusada, assim como em 2015.

Assange, de 44 anos, programador informático, jornalista e publicista, atingiu notoriedade em 2006 quando fundou o WikiLeaks, uma organização midiática internacional que por meio de seu site na Internet filtra documentos classificados de todo mundo.