Senadora recusa ser líder do governo Temer e pede saída de ministro

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS), um dos nomes até então mais cotados para a liderança do governo ilegítimo no Senado, disse nesta segunda (30) que não assumirá a vaga. Ela confirmou que foi sondada pelo governo provisório de Michel Temer (PMDB-SP) mas não aceitou o convite. Apesar de existir há apenas 18 dias, a gestão Temer já acumula uma série de desgastes.

simone tebet

Em conversa com jornalistas, Simone declarou ter avaliado que este não é o momento para arcar com a responsabilidade da liderança. Crê que pode colaborar mais com questões jurídicas no Senado, e não na articulação política.

À frente do primeiro mandato há pouco mais de um ano e integrante da comissão do impeachment , seu nome era defendido pelo líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE) e pelo presidente o Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

A senadora contrariou ainda o governo provisório de Temer ao defender, nesta segunda-feira, a saída do cargo do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira. 

Gravação divulgada pela TV Globo mostra Silveira, então membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tecer crítica à Operação Lava Jato e orientar o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, ambos investigados pela operação. 

"Não sabemos em que circunstâncias a gravação foi feita, mas, infelizmente, em função da pasta que ele tem, não dá tempo de ele se explicar. A justiça é morosa para investigar e acho que o melhor, nesse momento, é o afastamento", disse a senadora.

Simone afirmou que até acredita na lisura e competência de Fabiano Silveira, mas que mantém sua opinião sobre o afastamento. 

Na semana passada, um outro ministro de Michel temer, Romero Jucá (PMDB-RR), afastou-se da pasta do Planejamento após o vazamento de um áudio gravado pelo mesmo Sergio Machado. Na gravação, Jucá – homem forte de Temer – confessa que o impeachment foi uma trama para barrar a Lava Jato.