Em seminário, CTB debate o papel da luta sindical contra o golpe

A centralidade da esquerda e o papel do movimento sindical foi tema de debate, na manhã desta quinta-feira (2), na 18º Reunião da Direção Executiva da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), que ocorre em São Paulo, entre os dias 1º e 3 de junho. O norte da discussão, que abordou o golpe em curso no Brasil, entre outros temas, ficou sob o comando do vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, e do presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann. 

18º Reunião da Direção Executiva da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB) - Laudert Castelo Branco
Tendo como pano de fudo, o papel da esquerda, em especial do movimento sindical na atual conjuntura, os palestrantes abordaram os seguintes temas:  A situação política do Brasil, a ofensiva conservadora que toma conta de toda a América Latina, a crise institucional, o governo interino de plantão e o perigo de retrocesso e perda das conquistas alcançadas nos últimos 14 anos.
Crise institucional
Para o vice-presidente do PCdoB "a crônica da marcha golpista tem como linha de frente a operação Lava Jato, que foi usada por setores conservadores e a mídia burquesa para promover uma crise institucional que não tinha outro objetivo senão atacar o projeto eleito em 2002 que promoveu conquistas e avanços importantes ao longo dos últimos 14 anos".
 
Sorrentino ainda destacou que "o fundo da crise institucional é claro e tem como uma de suas bases uma grave crise de representação política no interior da sociedade brasileira. Ela se expressa fotograficamente na votação que testemunhamos no dia 17 de março na Câmara dos Deputados".
"Estamos diante de um movimento de grandes proporções, que possui uma determinada correlação de forças de cunho cada vez mais conservador e de direita", afirmou Walter. 
A luta em curso
Marcio Pochmann falou sobre a complexa conjuntura e cobrou de todos os setores sociais e políticos uma ação de longo prazo. "Não acredito em saídas de curto prazo, assim como também em vitórias de curto prazo". Ele reconheceu que estamos vivendo uma derrota, porém destacou que a mesma não é definitiva.
 
"Há uma espaço para a construção de saídas. Precisamos enfrentar o aspecto principal do golpe que é aposta da baixa estima da sociedade, dos trabalhadores, das instituições. Nós já vivemos isso nos anos de 1990. Essa foi a principal estratégia para desgastar o governo Dilma Rousseff. O que se buscar de fato com essa investida é tirar a capacidade do povo de conduzir sua história", externou Pochmann ao falar sobre o que está por trás da investida conservadora em curso no país.
Ele alertou que "a estrutura sindical está ameaçada e pode virar peça de museu se não entender o que está ocorrendo na estrutura social brasileira. Estamos diante de uma enorme mudança no mundo do trabalho, estamos diante de uma classe trabalhadora imaterial. O que se expande hoje é o trabalho imaterial, do setor terciário. E a classe trabalhadora precisa ter ciência do impacto dessa nova realidade. Hoje, o trabalho é portável, levamos para casa. Como entender e se situar nessa realidade?", questionou. 
Na sexta-feira, representantes de partidos progressistas, como a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) e o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) e outros porta-vozes partidários farão uma análise das perspectivas no plano de lutas.
 
Programação


03/06 – Sexta-feira
09h – Debate sobre perspectivas e plano de lutas
Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB e deputada federal
Carlos Zarattini, deputado Federal do PT-SP
Representante do PSB
Representante do PSOL