Publicado 05/06/2016 15:33

Ciro afirmou que a aliança PT-PMDB resultou em “roubalheira”. O político disse que foi processado por Eduardo Cunha, pois o chamou de “ladrão”, e que foi processado por dano moral por Michel Temer: “Façam uma pesquisa da quantidade de medidas provisórias que ele, Temer, entregou para Cunha relatar”.
“Eu vou pensar mil vezes antes de ser candidato. Eu já fui candidato duas vezes e as coisas pioraram como tal que para um camarada como eu é praticamente inumana”, afirmou Ciro sobre sair candidato à Presidência da República.
Com relação às decisões polêmicas e aos escândalos envolvendo o governo Temer, Ciro Gomes foi taxativo: “Começou a cair a máscara do golpe”. Ciro voltou a afirmar que há uma série de fatores que motivaram o processo de impeachment contra Dilma Rousseff , que, para ele, foi vítima de um golpe.
Ciro elencou uma série de fatores que, sob sua ótica, contribuiu para o afastamento da presidenta. Como motivação política, ele citou a paralisação da Lava Jato, cujos áudios que circularam nos meios de comunicação nos últimos dias poderiam comprovar.
Citou, também, motivos estratégicos, que obedeceriam à hegemonia dos interesses financeiros. Segundo Gomes, a tarefa principal de Henrique Meirelles à frente do Ministério da Fazenda é gerar um excedente financeiro para que o país atenda aos interesses de banqueiros internacionais com o serviço da dívida, que consome anualmente cerca de R$ 600 bilhões. Esse dinheiro que sobra para os banqueiros é o que falta para atender as necessidades dos brasileiros, na opinião do ex-ministro.
Para Ciro Gomes, Temer descumprirá os “acordos” que teria feito em troca do impeachment, inclusive com o empresariado: “Vem aí CPMF, aumento da Cide, tudo pra passar no nariz do Paulo Skaf”.
Gomes criticou a política de José Serra, ministro das Relações Exteriores, com parceiros importantes do Brasil, como a Venezuela. Ele garantiu que não apoia o que ocorre no país, mas reforçou que não se pode desprezar os negócios bilionários que temos com esse importante vizinho.
Para Ciro, o governo provisório poderá fazer o Brasil retroceder no cenário internacional como um país de grande protagonismo junto ao BRICS e outros mecanismos internacionais que ajudam a construir uma ordem internacional multipolar.
Sobre a presidenta Dilma Rousseff, afirmou que mesmo não apoiando seu governo, “eu quero que ela volte por uma razão: ela foi eleita pelo povo brasileiro”. E completou: “Eu não defendo nada fora da legalidade”.
Ciro garantiu que pedirá impeachment de Temer, pelos mesmos motivos do pedido feito contra Dilma, pois ao se referir às pedaladas foi enfático: “O Michel Temer fez todas iguais”.
Ciro Gomes comentou a reforma da previdência e disse que, em breve, o assunto deverá ser discutido com a sociedade, mas reiterou que no momento é mentira que ela esteja em deficit.
Para finalizar, o político afirmou que “hoje o povo é quem manda menos” no Brasil e deixou uma mensagem bastante pessimista à população brasileira: “Tem coisa muito ruim pela frente ainda”.
Assista abaixo a íntegra da entrevista: