Homem mata com faca deputada trabalhista britânica
A deputada pelo Partido Trabalhista Jo Cox foi assassinada nesta quinta-feira por um homem que a atacou com uma faca, nas ruas de Birstall, Leeds, onde organizava uma sessão de consultas a eleitores. A polícia deteve um homem de 52 anos suspeito de ter executado o ataque. Cox foi transportada de helicóptero para o hospital de Leeds, onde não resistiu aos ferimentos.
Publicado 16/06/2016 16:11
Segundo a mídia local, o ataque pode estar relacionado ao processo político de permanência ou não na União Europeia que está em curso no país. Jo era defensora da permanência do Reino Unido na federação europeia. Relatos de testemunhos indicam que o suposto assassino gritou "Reino Unido primeiro" ao disparar sobre a deputada, utilizando não só um mote comum para defender a saída da União Europeia, mas também o nome de um partido britânico nacionalista e de extrema-direita.
Jo era uma voz ativa na campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia e nesta quarta-feira tomou posição no Tamisa, com o seu marido e dois filhos, a favor da permanência do seu país na federação. Em resposta ao incidente desta quinta, as campanhas a favor e contra o "Brexit" suspenderam as ações durante o resto do dia.
O ataque ocorreu pouco depois das 13 horas, diante da biblioteca de Birstall. Algumas testemunhas indicam que o atirador estava já à espera de Cox, que descia as escadas do edifício público quando foi confrontada. Terá sido nesse momento que a deputada foi esfaqueada e que um outro sujeito entrou em cena para a defender. O atacante respondeu puxando de uma arma e disparando pelo menos duas vezes contra Jo Cox, ferindo também o segundo homem, mas sem gravidade.
Segundo testemunhas, a deputada foi segura pelos cabelos pelo agressor, sofreu pontapés e, quando outro homem entrou na luta para salvá-la, ela foi atingida por um disparo dado pelo agressor.
O assassino fugiu pelas ruas estreitas da cidade enquanto as pessoas que estavam no local procuravam ajudar a deputada. Mais tarde a polícia informou que prendera um suspeito do assassinato.
No dia 23 de junho os cidadãos do Reino Unido irão às urnas para decidir se o país fica ou não na União Europeia, bloco formado por 28 países, 19 dos quais adotaram uma moeda comum, chamada Euro, a partir de 2002.
O referendo é chamado “Brexit”, mistura, em inglês, das palavras “British” (britânica) e “exit” (saída).
Apesar do Partido Trabalhista, que representa a social-democracia no Reino Unido, ser liderado atualmente por Jeremy Corbyn, um crítico histórico de uma integração Europeia neoliberal e ameaçadora das soberanias nacionais que foi a favor da saída do Reino Unido no primeiro plebiscito, sobre a Comunidade Econômica Europeia, em 1975, além de ter feito oposição a tratados como o de Maastricht (1992) e Lisboa (2008), o seu partido está empenhado na defesa da permanência na União.