Parente admite: Dilma tomou medidas para apurar malfeitos na Petrobras

Em entrevista à Globonews, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que o esquema de corrupção na empresa foi praticado por "uma minúscula minoria de funcionários e executivos".

Pedro Parente

Essa declaração é mais uma demonstração de como os golpistas e a mídia mudam o discurso de acordo com as suas conveniências. Durante todo o processo de investigação que apura o esquema de propinas na Lava Jato, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que tratava-se de um pequeno número de funcionários e que tais malfeitos não poderiam condenar os demais trabalhadores e a própria estatal. Enquanto isso, a direita utilizava a imprensa para dizer que a corrupção era institucional e havia contaminado toda a estatal.

“Devemos punir as pessoas e não destruir as empresas. As empresas são essenciais para o Brasil”, disse a presidenta Dilma, na primeira reunião ministerial de seu segundo mandato, em janeiro de 2015. Agora, o tucano Parente, que foi ministro no governo FHC, confessa que a Dilma estava falando a verdade.

"A grande maioria dos empregados da empresa é gente decente, honesta, trabalhadora. Ouvi depoimentos dramáticos. Já tive em reuniões com mais de 4 mil colaboradores desde que cheguei lá. A grande maioria está envergonhada com o que aconteceu", afirmou Parente, que disse que o problema é facilmente resolvido com sistemas de governança e de controle interno da empresa.

Apesar de dizer que agora tudo será diferente e que a Petrobras vai se recuperar da “roubalheira”, Parente afirma que medidas tomadas pela presidenta Dilma vão ajudar na recuperação.

"Primeiro em relação ao passado, foi constituída, antes de eu chegar, uma comissão especial de investigação absolutamente independente. Há também um reconhecimento explícito dos procuradores de que a empresa, porque foi vítima e nos interessa esclarecer tudo, tem tido uma participação muito importante nas investigações", admitiu Parente.

Vale lembrar que, a tal “roubalheira” que Parente afirma existir é uma das causas que abalaram as estruturas do governo provisório de Michel Temer (PMDB), que o indicou para o cargo. As gravações de conversas do delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, desnudaram a rede de conspiração da cúpula do PMDB liderada por Temer e Eduardo Cunha para emplacar o impeachment contr ao mandanto de Dilma.

Assim como faz Temer, fingindo que nada é com ele, Parente disse ainda que a responsabilidade dos problemas enfrentados pela Petrobras é dos "anos de roubalheira e as obras que não produzem resultados para a empresa" pela dívida que totaliza cinco vezes a geração de caixa operacional.