Ricardo Melo: não existe aparelhamento da EBC

Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, Ricardo Melo, presidente da EBC, empresa que o interino Michel Temer pretende destruir, defende a comunicação pública e a conduta de jornalistas como Paulo Moreira Leite e Tereza Cruvinel.

Ricardo Melo

"Se tinham perfil de esquerda ou de direita, pouco me interessa. Não peço ficha de filiação partidária para ninguém", diz ele, lembrando que ambos construíram uma carreira sólida, antes de integrarem a EBC.

"Paulo Moreira Leite [que apresentava o programa 'Espaço Público'] trabalhou no Jornal da Tarde, na Folha, na revista Veja, no Estado de S. Paulo, dirigiu a revista Época [das Organizações Globo]. Paulo Markun [que apresentava o 'Palavras Cruzadas'] foi da TV Globo e da TV Cultura nos governos do PSDB. Ricardo Melo [referindo-se a si mesmo] trabalhou na Folha, na revista Exame, na TV Bandeirantes, na TV Globo, no site Terra, no SBT. Sidney Rezende foi da CBN e da GloboNews. Luís Nassif trabalhou na Folha e na TV Cultura em governos tucanos. Tereza Cruvinel trabalhou no jornal O Globo. Quando vêm para a EBC eles viram todos petistas? Isso é um absurdo", diz ele.

Melo defendeu ainda a pluralidade da emissora sob sua gestão. "Já convidamos os tucanos José Serra, Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira e Tasso Jereissati. E convidamos publicamente o presidente em exercício, Michel Temer, para falar na TV Brasil. É mentira dizer que só entrevistamos petistas."