Estudantes chilenos protestam contra reforma educacional

A presidenta do Chile, Michele Bachelet levou adiante uma reforma educacional e encaminhou o projeto para o Congresso nesta segunda-feira (4). Os estudantes, porém, não concordam totalmente com a medida e iniciaram um amplo processo de mobilizações no dia seguinte. A Confederação de Estudantes do Chile (Confech) alega que a reforma ainda deixará a porta aberta ao lucro dos grandes grupos de educação.

Por Mariana Serafini

Manifestação estudantil no Chile - Página Popular

Os estudantes afirmam que apesar da iniciativa de enviar uma reforma educacional ao Congresso, este projeto não cumpre a promessa de gratuidade universal da educação, a qual o governo se comprometeu.

Para a Confech, o atual projeto de Bachelet consolida o “mercado da educação” e não garante educação pública e gratuita como um direito. A entidade critica ainda o fato de a reforma ter sido formulada sem a participação estudantil.

As manifestações tomaram as principais ruas do centro da capital, Santiago, e foram fortemente reprimidas pela polícia. Cerca de 140 estudantes foram detidos.

Educação no Chile

Desde 2011 acontecem grandes mobilizações pela educação pública e gratuita no Chile. Isso porque, o país que teve uma das piores ditaduras militares do continente ainda não conseguiu se desvencilhar do pulso firme (e sujo de sangue) de Augusto Pinochet que aplicou o neoliberalismo em sua forma mais dura.

Assim como outros setores, a Educação foi privatizada e mesmo depois de 20 anos, a população ainda paga o preço ter se tornado um laboratório para o neoliberalismo no mundo.

A educação pública raramente é gratuita, mesmo no ensino básico. É comum que até mesmo as escolas responsáveis por atender alunos mais pobres cobrem taxas periódicas. Há casos de adultos que começam a pagar a escola dos filhos sem terem terminado de pagar o financiamento da própria faculdade, anos depois.