Aécio: PSDB não disputa sucessão de Cunha se PMDB apoiá-los em 2017

Reapareceu. O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), reapareceu para dizer que a legenda faz parte da base de apoio do presidente golpista de Michel Temer (PMDB-SP), “não seremos o partido da discórdia” na sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados. A declaração tenta impedir um racha na base aliada de Temer por conta da disputa da presidência da Casa.

Temer e Aécio

O discurso oficial do governo provisório, feito pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em coletiva de imprensa nesta quinta (7), é de que o Executivo não se intromete em questões do Legislativo. Mas nos bastidores a corrida é para evitar estragos na base governista com a disputa pela sucessão da presidência da Câmara.

A derrota na urgência do projeto encaminhado pelo governo provisório sobre a renegociação da dívida dos estados, acendeu a luz vermelha de Temer.

A disputa entre o chamado Centrão e a antiga oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff, encabeçada pelo PSDB e seguido por DEM e PPS, partidos que, após o golpe contra o mandato de Dilma, passaram a compor o governo e apoiar suas medidas no Congresso.

Aécio veio dizer que os tucanos, segundo ele, não entraram na disputa porque não têm interesse no mandato tampão. A prioridade do PSDB será a disputa da presidência da Casa, em fevereiro de 2017, em que já tem uma aliança com o PPS, PSB e DEM e, segundo Aécio, vai buscar o apoio do PMDB.

Ou seja, o tucano está barganhando a saída da disputa para garantir com Temer o apoio em 2017. “Por que não? Já que o apoiamos na presidência da República”, disse Aécio, abrindo o jogo.

Já o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que não terá nenhum constrangimento em apoiar um aliado de Cunha para a presidência da Câmara. Ele disse que “não podemos ter nenhum tipo de preconceito partidário”.

O senador José Aníbal tentou justificar o apoio minimizando a influência que Cunha pode vir a ter caso faça o sucessor. “Vamos ser bem claros. Ele não vai continuar sendo presidente. Ponto”, disse.