Iraque identifica mais mortos nos atentados que vitimaram 292 em Bagdá

Autoridades do Iraque informaram nesta sexta-feira (8) que continuam a identificação dos mortos nos atentados de domingo em Bagdá, um dos mais violentos e que resultou em 292 mortes.

Atentado matou mais de 290 pessoas em Bagdá e é o mais letal da história do país

Especialistas em medicina forense continuam trabalhando para determinar a identidade de muitos corpos recuperados entre os escombros de vários edifícios da área comercial de Al-Karrada, onde um suicida do Estado Islâmico (EI) explodiu um caminhão diante de uma sorveteria.

Segundo a ministra iraquiana de Saúde, Adila Hamoud, falta determinar ainda a identidade de 177 mortos. Os outros 115 que faleceram no ataque foram entregues às famílias para que sejam sepultados.

O atentado, que aconteceu ao mesmo tempo de outro realizado pelo Estado Islâmico em outro bairro de Bagdá, deixou também ao redor de 200 feridos, alguns deles em situação grave, segundo informou a ministra.

A agressão de domingo surpreendeu diversas famílias que frequentavam áreas de alimentação e recreação de um shopping, após o final do mês sagrado muçulmano do Ramadã e às vésperas do Eid al-Fitr, que se encerrou nesta sexta-feira.

O Eid al-Fitr, conhecido em vários países árabes como Pequeno Bairam, é uma celebração de três dias que marca o final do Ramadã e é uma confraternização entre familiares e amigos, além de ser uma data em que se presenteiam às crianças roupas e brinquedos novos,

O atentado, já considerado como a ação terrorista mais letal realizada pelo EI em 2016 desatou fortes críticas ao governo do premiê Haider Al-Abadi, acusado de fracassar na obrigação de prestar segurança à população.

Os xiitas, que são maioria no Iraque, são alvo dos ataques da organização takfirista (terrorista islâmico sunita) que os consideram apóstatas ou infiéis e merecem, por isso, morrer.

Simultaneamente ao luto e à tristeza no país, forças de segurança e militares dão continuidade às operações militares antiterroristas em torno da cidade de Mosul, principal reduto do EI em solo iraquiano.

Unidades governamentais apoiadas por voluntários xiitas e sunitas, combatentes curdos e a aviação da coalizão internacional presidida pelos Estados Unidos expulsaram há pouco mais de uma semana o grupo terrorista da cidade de Faluja, na província ocidental de Al-Anbar.

A prioridade agora, indicaram as autoridades no meio da comoção pelos atentados, é perseguir os terroristas e derrotá-los em Mosul, a segunda cidade do país e capital de Nínive.