Olga: Por mais mulheres no poder!

Por Olga Aguiar*

Olga Aguiar

Nunca se ouviu tantas vozes clamando pela presença de mais mulheres nas instâncias de poder. Desde o judiciário (TSE) – ambiente jurídico ocupado predominantemente por homens – que vem veiculando diariamente uma campanha publicitária ressaltando a importância e a necessidade de uma maior participação feminina no cenário político nacional, até os mais diversos setores da sociedade.

O chamamento nos faz atentar para dois importantes aspectos. Primeiro, no âmbito institucional nunca se ouviu algo parecido, o que nos leva a afirmar que, finalmente, aquela esfera de poder admite, publicamente, o potencial e a capacidade das mulheres para ocupar, em pé de igualdade com os homens, os espaços de decisão antes negados.

Segundo, forçou e reforçou a instância jurídica reconhecer a inadiável necessidade de chamar as mulheres a participarem do processo político. Em uma sociedade onde somos a maioria da população (52%), nada justifica a ausência de representação feminina em todos os espaços de deliberações, a não ser a concepção machista que, de forma retrógrada, assevera que “lugar de mulher é em casa”. O crescimento e a organização do movimento de mulheres em todo país desnudou e trouxe à público uma realidade até então “mascarada”.

Ora, ‘lugar de mulher é onde ela quiser’. Essa é a palavra de ordem que ecoa com força em todos os segmentos sociais. Não podemos mais ficar de fora ou ter representações mínimas no parlamento, no executivo e no próprio judiciário, além de outros espaços em que a nossa voz, as nossas demandas específicas e as mais gerais foram, por muito tempo, abafadas.

Sem jamais perder a ternura e a sensibilidade que nos caracteriza, a luta que se trava é pela equidade de gênero. Não queremos superar os homens, queremos tê-los como parceiros em uma luta que é de todos e todas.

O mundo mudou, fazemos parte da cadeia produtiva do nosso país, contribuímos muito para a geração de riquezas, mas ainda somos tratadas com desigualdade, tal é o preconceito que sustenta o entendimento equivocado de que somos “inferiores” aos homens.

Chegou a nossa hora e a nossa vez, somos capazes, somos qualificadas e preparadas para grandes desafios e importantes tarefas. Vamos ampliar nossa presença em todos os ambientes onde possamos ser ouvidas, interferindo e apontando rumos que efetivamente contribuam para a melhoria da vida das mulheres e da sociedade como um todo.

*Olga Aguiar é Coordenadora da União Brasileira de Mulheres-UBM/RN e pré-candidata a vereadora em Natal pelo PCdoB