Congresso da UJS: Ato político reforça luta em defesa da democracia

A União da Juventude Socialista (UJS) realiza o seu 18º Congresso Nacional e nesta sexta-feira (29) contou com a presença de diversas lideranças políticas, entre as quais o ex-presidente Lula, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad e a presidenta nacional do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos (PE). Sob o tema “Cantamos a esperança de um mundo novo”, o evento prossegue neste sábado (30) reunindo mais de três mil jovens de todo o país.

Lula no Congresso da UJS - Bruno Bou/Cuca da UNE

O ato político foi aberto com a exibição de um vídeo gravado e editado pouco antes de começar o evento em que jovens participantes do Congresso de diferentes estados contam qual o “mundo novo” que gostariam de construir. Na sequência o presidente da UJS, Renan Alencar, iniciou sua fala saudando os presentes e destacando que o país vive "o momento mais difícil de nossa democracia desde o fim da ditadura” e reafirmou que o compromisso da juventude que "está pronta para o que der e vier em defesa da democracia”. O “Fora Temer” e o plebiscito também estiveram presentes na fala de Renan.

A deputada federal e presidenta do PCdoB, Luciana Santos, iniciou apontando que estão sendo utilizados “métodos fascistas para introduzir um projeto que não é aceito pela população brasileira” e reforçou que é hora de fazermos a defesa do projeto “que tirou 40 milhões de brasileiros da extrema pobreza”.

Carina Vitral, presidenta da UNE, destacou a diversidade da juventude que compõe a UJS e fazendo referência ao tema do Congresso colocou que precisamos “cantar a esperança de um Brasil e um mundo novo que será construído pela juventude, com muito amor no peito e esperança”.

“Respeito muito a UJS, estamos juntos na luta desde 1989", disse Lula ao receber a condecoração com a medalha Castro Alves. Ele resgatou o papel da organização durante a redemocratização do país nas eleições de presidenciais de 1989, quando a UJS e o PCdoB fizeram com que o então candidato Lula se mantivesse firme na corrida pela presidência.

Lula ressaltou o protagonismo na UJS nos avanços na educação durante seu governo. “Se hoje temos pobres na Universidade é por causa das lutas de vocês”, disse ele. “E que ninguém ouse falar mal da UJS perto de mim”, brincou.

Lula comparou o golpe em curso e o de 1964 e apontou os desafios que devemos enfrentar. "O golpe não é um golpe militar, é um golpe parlamentar. É bom que vocês saibam a história. Foi uma vingança do Cunha. O que eles estão fazendo hoje é cínico e rasteiro. Eles estão cometendo um crime político de tirar uma presidente eleita que não cometeu crime", enfatizou. E completou: "O que estão fazendo é uma vergonha contra a nossa geração".

O ex-presidente defendeu que os militantes pressionem os senadores a votarem contra o impeachment. "O que devemos fazer é coagir politicamente. Através do celular, de todos os instrumentos, começar a perguntar para cada senador se ele tem noção do gesto que ele vai fazer ao cassar a Dilma. Temos que mostrar para eles que eles estão cometendo uma crime, um crime contra a democracia", afirmou.

Lula lembrou ainda que foram 13 anos de governo progressista. "Nós estávamos governando há 13 anos. É o maior período de governo de esquerda eleito democraticamente no mundo. E isso incomoda!"