Programa do governo Lula, Bolsa-Atleta democratiza acesso à Rio 2016

A medalha de ouro conquistada por Rafaela Silva nesta segunda-feira (8) foi o pretexto para meritocratas esvaziarem as políticas públicas dos últimos 12 anos voltadas para o esporte nacional. Assim como Rafaela, Felipe Wu, prata no Tiro, e a nadadora Joana Maranhão, são alguns dos esportistas beneficiários do programa Bolsa-Atleta, iniciativa inédita dos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. 

Por Railídia Carvalho

Rafaela Silva - Francisco Medeiros/Ministério do Esporte
Há quase dois anos, em uma das campanhas eleitorais mais disputadas da história das eleições brasileiras, a judoca Rafaela Silva, declarou voto na candidata Dilma Rousseff (PT), reeleita por 54 milhões de eleitores em 2014.
 
Disse Rafaela: “Ela (Dilma) incentivou bastante os nossos atletas. Tem o plano medalha, a bolsa pódio. Pra mim e pra os meus companheiros de treino ela está fazendo muita diferença pra gente buscar os nossos sonhos”.
Iniciado em 2005 no governo do presidente Lula, para aqueles atletas sem patrocínio, o bolsa-atleta completou dez anos em 2015. 
Nesse período, foram 43 mil bolsas para 17 mil atletas brasileiros. O programa começou com  975 bolsas concedidas naquele primeiro ano e ampliou para 6.093 bolsas, uma década depois.
De acordo com informações do ministério do Esporte, por ocasião dos 10 anos, os investimentos ultrapassaram R$ 600 milhões. É o maior programa de patrocínio esportivo individual e direto do mundo.
Atualmente com o processo de impeachment em curso contra a presidenta eleita pelo povo, o Brasil vive, no governo interino de Michel Temer, um cenário de desmonte das principais políticas dos governos Lula e Dilma responsáveis por promover a maior inclusão social da história nacional.
“Um mundo novo”
A superação de Rafaela também é a marca do lutador Davi Albino, que teve a vida transformada pelos recursos do bolsa-atleta.
 
Ex-morador de rua em São Paulo, Davi faz parte hoje da equipe brasileira de Luta Greco Romana que vai disputar as Olimpíadas.
"O esporte mudou a minha vida, para mim é a maior inclusão social do mundo. A pessoa não precisa ter muitos gastos para entrar no esporte", afirmou.
 
Aos 30 anos, Davi conduziu a tocha olímpica em Imperatriz. Ele foi medalha de bronze nos Jogos Panamericanos de Toronto (CA), no ano passado e o primeiro atleta masculino brasileiro a aparecer entre os 20 primeiros do ranking da United World Wrestling, a federação internacional do esporte.
"Vai ser incrível lutar nos Jogos. Uma coisa é competir em um lugar onde ninguém te conhece. Outra é ter uma torcida gritando seu nome e te incentivando. Vai ser a primeira vez que minha mãe vai me ver competindo. Dá pra acreditar?", disse Davi.
Brasil protagonista
Os atletas estão nos braços do povo brasileiro não por um capricho do destino mas também pelas mãos da política dos mandatos do presidente Lula que, enfrentando críticas e deboches, acreditou que o Brasil poderia sediar a primeira Olimpíada da América do Sul.
Usando a conta do twitter nesta terça-feira 9), o ex-ministro do Esporte na gestão de Lula e Dilma Orlando Silva, saudou Rafaela: “Você é a prova de que o investimento social pode mudar a história do país”.

Um dos protagonistas das campanhas para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, Orlando recordou a convicção do presidente Lula no processo. 

Segundo ele, Lula tinha muita confiança o que contagiava a todos. "A ideia que o Lula sustentou desde os primeiros dias de governo foi a de não desistir nunca", lembrou em entrevista ao Portal Vermelho um dia antes da abertura dos jogos. 
 

“É uma coisa do brasileiro que o Lula encarnou muito bem, por isso a sua forte identidade com o povo”, lembrou;
Na entrevista realizada antes da abertura dos jogos, Orlando disse que o presidente queria projetar o Brasil para o mundo.
 
“Há países que tentam se projetar no mundo pelo belicismo, como os EUA. O Brasil, pelas características históricas, políticas e culturais que possui, encontrou outras formas de se projetar”, ressaltou o ex-ministro.
Confira no vídeo abaixo depoimentos de atletas pelos 10 anos do bolsa-atleta. Entre eles estão Davi, Lohaynny Vicente e o atleta paralímpico Dirceu Pinto. Os dos primeiros estreiam nos dias 14 e 11, respectivamente na Rio 2016