Venezuela 'não se deixa ameaçar' por ninguém, diz chanceler

A tensão entre os países do Mercosul segue alta. Na madrugada deste sábado (20), a chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, respondeu, em seu Twitter, as declarações de seu homólogo paraguaio, Eladio Loizaga, ressaltando que seu país não aceita ameaças. Isso após ele afirmar que as relações entre os países estão congeladas.

Chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez

“Suas atrevidas ameaças à pátria de Bolívar insultam nossa herança de independência e liberdade, e o colocam no lodo da história. A Venezuela não se deixa ameaçar, nem sucumbe diante do medo”, disse Rodríguez.

“Suas atrevidas ameaças à pátria de Bolívar insultam nossa herança de independência e liberdade, e o colocam no lodo da história. A Venezuela não se deixa ameaçar, nem sucumbe diante do medo”, disse Rodríguez.

As declarações de Rodríguez foram dadas após Loizaga ter afirmado que as relações com a Venezuela estão congeladas desde que o país chamou seu embaixador em Caracas para consultas no começo do mês.

Ele esclareceu que o fato de o embaixador Enrique Jara não ter voltado ao país caribenho é uma primeira mensagem que “é a desconformidade total com os excessos [do país]” e ressaltou que a segunda mensagem é “o congelamento total das relações”.

O embaixador Jara foi chamado para consultas em 5 de agosto, após o presidente Maduro ter chamado seus conterrâneos a “cerrar fileiras” contra a perseguição da “tripla aliança de torturadores da América do Sul”, em referência ao período ditatorial vivenciado por Brasil, Paraguai e Argentina, países que hoje tentam impedir que a Venezuela tome posse da presidência interina do Mercosul.

Em outra demonstração de aumento da tensão entre os países, o Paraguai pediu aos demais países integrantes do Mercosul que façam uma “revisão jurídica” do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul por considerar que o país não cumpriu o protocolo de adesão ao bloco.

A Venezuela ingressou no Mercosul em 2012 quando o Paraguai estava suspenso do bloco devido à aplicação da cláusula democrática do mesmo após o golpe parlamentar que destituiu o ex-presidente Fernando Lugo.