Podemos insiste em um governo alternativo à direita espanhola
O líder do Podemos, Pablo Iglesias, insistiu nesta sexta-feira (26) pela formação de um governo progressista na Espanha, ante a possibilidade de uma investidura fracassada do candidato conservador Mariano Rajoy.
Publicado 26/08/2016 18:30

Entrevistado pela emissora de rádio Cadena Ser, Iglesias assegurou que é viável uma maioria alternativa ao direitista Partido Popular (PP) de Rajoy, que na próxima terça-feira (1º/9) se submeterá à confiança do Congresso dos Deputados sem o apoio necessários para se reeleger.
O Secretário Geral da terceira força política da Espanha, com 71 cadeiras no Congresso, solicitou novamente ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) que explore essa via de um executivo de coalizão com o Unidos Podemos, a aliança que tem com a Esquerda Unida.
"O mais sensato é que dialoguemos entre todos os que se posicionam contra o PP", enfatizou o dirigente depois de advogar por incluir nessa eventual negociação as formações nacionalistas e independentistas do País Basco e Catalunha.
"Para levar adiante uma investidura é evidente que temos que buscar um acordo com forças políticas do âmbito catalão e do âmbito basco", sublinhou.
Parece-me que é complicado, mas entre isso (um pacto com os nacionalistas) e "que o partido da corrupção continue governando na Espanha, é necessário tentar", insistiu o político de centro-esquerda em alusão aos numerosos escândalos de corrupção nas fileiras do PP.
Os números dão para conformar uma maioria alternativa a Rajoy, insistiu Iglesias, ainda que tenha reconhecido as dificuldades que supõe para o PSOE negociar com os grupos nacionalistas catalães, favoráveis à independência dessa região autônoma.
Também admitiu a complexidade de articular essa opção contrária à direita como consequência "das lutas internas" dentro do PSOE, segunda formação parlamentar com 85 cadeiras na Câmera de Deputados.
Em sua opinião, na centenária organização social-democrata existe um setor propício a facilitar a reeleição de Rajoy, outro que advoga por novas eleições, e um terceiro favorável a um acordo com Unidos Podemos.
Estamos dispostos a explorar outras opções, mas antes o PSOE tem que se esclarecer, enfatizou em suas declarações à emissora de rádio madrilenha.
Iglesias chamou seu homólogo socialista, Pedro Sánchez, a "dizer a verdade" sobre a postura do principal partido da oposição, porque, segundo seu critério, não é compatível manter de maneira simultânea a rejeição a um governo do PP e a outra convocação às urnas.