Dilma diz a Telmário que não governaria com "PMDB do mal"
O senador Telmário Mota (PDT-RR) confirmou, na sua fala no Senado, nesta segunda (29), que tem "absoluta certeza" de que a presidenta Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade. "Hoje a senhora está aqui sendo julgada politicamente", disse Mota.
Publicado 29/08/2016 22:48
Segundo ele, a origem do impeachment está ligada aos sentimentos de ódio ou vingança, relacionados à derrota nas urnas ou ao fato de ela não compactuar com Eduardo Cunha. Ele complementou apontando que o impeachment é ainda "motivado por dois filiados do PSDB e uma contratada pelo PSDB."
"O problema de hoje é que as pessoas idiotas estão cheias de certezas e os inteligentes estão cheios de dúvidas (…) E os idiotas são aqueles que tem certeza de que você [Dilma] cometeu crime", afirmou. De acordo com Mota, a dúvida que persiste é em relação a com quem Dilma governará caso volte ao poder
A presidenta disse que, se voltar ao cargo, não vai governar com "o PMDB do mal", em referência ao grupo liderado pelo deputado afastado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
"Deus me livre do PMDB do mal", respondeu Dilma. "Eu respeito vários integrantes do PMDB que ao longo da história representou o centro democrático do país. Não podemos esquecer o PMDB de Ulysses Guimarães, o PMDB responsável pelas lutas que levaram à Constituição cidadã de 88", firmou.
"Pode ter certeza que esse processo é um processo em que muitas coisas ficaram difíceis. O Brasil sempre teve um centro democrático, que sempre teve dentro dele um conjunto de lideranças progressistas. Lamento que no último tempo elas tenham se transmutado em uma liderança ultraconservadora, ultrafundamentalista, que não media e não tem parâmetros éticos, com esse PMDB jamais governaria ou conviverei novamente”, disse Dilma Rousseff