Golpe consumado. Agora é #ForaTemer

O “golpe dos corruptos” foi consumado no início da tarde desta quarta-feira, 31 de agosto de 2016. O usurpador Michel Temer – sem voto, sem legitimidade e rejeitado pelos brasileiros, segundo todas as pesquisas – será o novo “presidente” imposto pelo colégio eleitoral do Senado, que também exerceu a função de tribunal de exceção ao afastar uma presidenta democraticamente eleita e que não cometeu nenhum crime de responsabilidade.

Por Altamiro Borges

Fora Temer na abertura dos Jogos Rio 2016

Uma nova fase de luta se inicia no Brasil, na qual a principal bandeira será a do “Fora Temer” – numa reedição da memorável jornada das Diretas Já, que desgastou a ditadura militar em meados da década de 1980. Alçado ao poder por um golpe midiático-parlamentar-judicial, o Judas tentará impor à nação o programa tucano que foi derrotado nas urnas em outubro de 2014.

Este plano – intitulado de “Ponte para o futuro”, mas que já foi batizado de “pinguela para o passado” – prevê a entrega das riquezas nacionais, a começar o pré-sal; a privataria selvagem, com a “venda” de estatais decisivas para o desenvolvimento do país; a redução dos investimentos do Estado no combate às desigualdades sociais e regionais; a retirada de direitos dos trabalhadores e dos aposentados, entre outras maldades.

Para impor este plano regressivo, o usurpador não vacilará em adotar medidas de caráter autoritário, fascistizante. A experiência brasileira e mundial já confirmou, como teorizou o intelectual britânico Perry Anderson, que neoliberalismo não combina com democracia. O Judas tentará calar as vozes dissonantes – seja criminalizando os movimentos sociais ou atacando os sites e blogs alternativos.

Diante desta projeção, o povo brasileiro – mesmo o setor que foi manipulado pela mídia golpista – irá às ruas. Paralisações, passeatas e outras formas de resistência pipocaram no país. Elas ajudarão a criar as condições para uma massiva greve geral no Brasil. O usurpador não terá um minuto de sossego em Brasília. Até o chamado “mercado”, nome fictício da casta empresarial, ficará em dúvida sobre o seu empreendimento. Este setor bancou o golpe, mas rapidamente poderá se arrepender da aventura. No próprio covil golpista, novos traíras tentarão apunhalar o Judas – a começar dos tucanos e demos.

As forças progressistas sofreram uma derrota política neste 31 de agosto de 2016. Mas elas não foram derrotadas moralmente. A atitude altiva e corajosa da presidenta Dilma Rousseff ajudou muito neste sentido. A luta de classes não acabou no país. Ao contrário, ela tende a ser mais aguçada. Agora é hora de unir as tropas, respeitando-se a diversidade mas evitando qualquer postura autofágica. Agora é hora de ir às ruas para exigir eleições diretas-já e “Fora Temer”.