Manifestação contra Temer ocupa a Avenida Paulista neste domingo

Desde que o impeachment foi aprovado, movimentos em defesa da democracia, contra o golpe e o governo Michel Temer saem às ruas do país. Neste domingo (04), a maior manifestação acontece em São Paulo, na Avenida Paulista, que já foi palco da truculência da Polícia na última quarta. O ato ocorre um dia após Temer tentar deslegitimar os protestos, alegando que não são "democráticos" e resumindo-os a "40 pessoas que quebram carro". 

Fora Temer - Jeff Pachoud/AFP

Depois de negociação com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a mobilização ocorre a partir das 16h30, com concentração no vão livre do Masp. A manifestação estava agendada para as 14h, mas foi remanejada após o governo Geraldo Alckmin tentar barrá-la, por causa da passagem da tocha paralímpica pela cidade. 

“Aceitamos a alteração de horário para deixar claro de que lado está a intransigência e não dar pretexto à repressão da Polícia Militar. O ato ocorrerá no domingo (amanhã), na Avenida Paulista (Masp), conforme a definição dos movimentos”, afirma a nota das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que convocaram o evento, junto com o Levante Popular da Juventude.

Pelas redes sociais, mais de 30 mil pessoas confirmaram participação nos protesos da Paulista. “A grande adesão, com a confirmação de cerca de 30 mil pessoas mobilizadas pelas redes sociais e pelos movimentos sociais, fez com que os governos Alckmin e Temer recuassem da tentativa de proibir a manifestação popular”, diz texto divulgado pela Central de Movimentos Populares (CMP).

Para Raimundo Bonfim, coordenador da CMP, um governo ilegítimo não tem moral para tentar impedir manifestações democráticas e por direitos. "Não tem arrego e não aceitaremos repressão. Não sairemos das ruas enquanto não derrubarmos o governo golpista de Michel Temer."

Desde que o impeachment foi aprovado, as manifestações têm sido marcadas por agressões da PM, especialmente aos jornalistas da mídia alternativa. “Você tem agora exemplos de jornalistas que foram vitimados pela violência policial. Como foi que em 2013 as manifestações de rua passaram a ganhar força? Foi justamente por esses fatos. Você teve casos de jornalistas que apanharam da polícia e estavam lá para cobrir as manifestações, e a própria classe jornalística começou a dar audiência nisso”, afirma o cientista político Rafael Araújo, professor da PUC-SP e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp).

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo terá plantão neste domingo (4), a partir das 16h30. No caso de qualquer ocorrência contra os profissionais que cobrem o protesto contra o impeachment no dia 4 de setembro, haverá diretores de plantão no Sindicato para o recebimento de denúncias e para prestar apoio aos trabalhadores (as). As ocorrências devem ser comunicadas pelo telefone (11) 3217-6298 ou pelo celular/Whatsapp (11) 99461-5136.