Partido Socialista admite dificuldade para formar governo na Espanha

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) reconheceu nesta segunda-feira (5) a dificuldade para buscar um governo alternativo ao proposto pelo líder do conservador Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, que ponha fim ao prolongado bloqueio político.

Secretária de Estudos e Programas do PSOE, Meritxell Batet - PSOE

A secretária de Estudos e Programas do PSOE, Meritxell Batet, afirmou nesta segunda que a intenção da organização é explorar com o direitista Ciudadanos (C's) e a coalizão de esquerda Unidos Podemos a possibilidade de articular uma maioria alternativa ao PP.

Em declarações à Televisão Espanhola, Meritxell admitiu, no entanto, que essa eventual opção será complicada devido à incompatibilidade entre o direitista C's e a Unidos Podemos.

Confessou que depois da frustrada investidura de Rajoy à presidência do governo, na sexta-feira (2) passada, a disposição do secretário geral do PSOE, Pedro Sánchez, é ver se essas duas formações estão dispostas a mudar de atitude e de posição para alcançar esse objetivo.

"Se realmente ninguém deseja ir à terceira eleição, agora é o momento de demonstrar isso", enfatizou a dirigente, em alusão ao cenário surgido depois do fracasso do PP para garantir a reeleição do atual chefe do Executivo em funções.

A partir da quarta-feira passada começou a correr o prazo de dois meses que marca a Constituição para a dissolução automática do Congresso e do Senado e a convocação de novas eleições – terceiras em um ano –, uma situação inédita na Espanha.

Se nesse tempo, que expira em 31 de outubro, não conseguirem a formação de um gabinete, se abriria um período de 54 dias para a realização de uma terceira consulta com as urnas, que cairia em 25 de dezembro (Natal).

A julgamento de Meritxell, "os demais partidos não podem dizer não a Rajoy e não ao que é a alternativa política que é o PSOE", se todos querem evitar novas eleições, insistiu.

Não obstante, enfatizou que a pretensão dos socialistas de alcançar um acordo transversal com o Unidos Podemos e o Ciudadanos, terceira e quarta forças parlamentares, respectivamente, é complexa como já se viu em março último.

Meritxell referiu-se à frustrada investidura de Sánchez, que tentou em vão atrair o agrupamento antiausteridade de seu controverso pacto com o C's. "Isso segue exatamente igual. Parece que suas posições não mudaram", lamentou Batet.

Sánchez reunirá nesta segunda a cúpula do PSOE para expor os passos que pretende dar, com o propósito de desobstruir a paralisia institucional que sofre a Espanha desde as eleições de 20 de dezembro de 2015.

Fonte: Prensa Latina