Grito dos Excluídos tem público recorde no centro do Recife

O Grito dos Excluídos reuniu, no centro do Recife, milhares de representantes de movimentos populares, sociais e religiosos, que se concentrarem na Praça do Derby, de onde saíram em passeata pelas ruas da capital pernambucana nesta quarta-feira (7). A Avenida Conde da Boa Vista, uma das principais vias do centro da cidade, ficou tomada por manifestantes que, em uníssono, pediram a saída do presidente Michel Temer.

Grito dos Excluídos tem público recorde no centro do Recife - Diário de Pernambuco

A apresentação de um maracatu deu início à programação. Com faixas e cartazes, a passeata teve ainda como percurso a Ponte Duarte Coelho e Avenida Guararapes, até a Praça do Carmo. De acordo com os organizadores, foi o maior ato realizado nos últimos anos em Pernambuco, com cerca de 20 mil participantes. A Polícia Militar (PM) não divulgou números.

"Este grito está recheado de muita luta, pelo Fora Temer, não vamos admitir um governo golpista que quer retirar direitos dos trabalhadores. Por isso, este ano ele une todos os movimentos populares e sociais em defesa da democracia, em defesa das conquistas de mais de cem anos da classe trabalhadora”, explicou Carlos Veras, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Ele lembrou que este ano é diferente do ano passado, “quando pedimos novas conquistas, hoje estamos lutando para não perder o que temos e que está ameaçado pelas reformas. Essa caminhada é prá gritar bem forte: Fora Temer. Todos os anos temos tido um público de cerca de cinco mil pessoas mas, pela onda de revolta e indignação, muita gente tá aderindo, dando um grito de independência."

Entre os participantes estavam cerca de 650 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que estão acampadas desde segunda-feira (5) na sede do Incra. O grupo, formado por assentamentos de 14 municípios pernambucanos, saiu da Avenida Rosa e Silva a pé até a Praça do Derby para se juntar ao Grito.

"No Incra, pedimos a realização de novas vistorias e crédito para produzirmos nos assentamentos. Mas é importante, nesse momento, se somar nessa luta", disse o diretor do MST, Robson Santos.