Deputado denuncia propostas desiguais de Temer para agricultura
“Para o agronegócio, promessas de bom futuro; para a agricultura familiar e para os assentados da reforma agrária, o desmonte, rápido, sem trégua e total, executado em meio a promessas irresponsáveis, intenções fraudulentas e acenos enganosos que decisões, ações e omissões denunciam a cada dia.” Essa é a avaliação feita pelo ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e deputado Patrus Ananias (PT-MG), diante da proposta orçamentária do presidente ilegítimo Michel Temer.
Publicado 08/09/2016 10:18

“Os usurpadores confirma as piores perspectivas, as mais dramáticas previsões que seu assalto ao governo permitia vislumbrar para as políticas sociais, incluídas aquelas destinadas a favorecer a agricultura familiar e a reforma agrária”, diz o parlamentar em nota divulgada à imprensa.
“Os governantes ilegítimos que praticam essa perversidade contra a agricultura familiar, contra a produção de alimentos e, assim, contra o povo do Brasil, não a repetem no tratamento ao agronegócio. Ao contrário, diz a mídia que o governo dos usurpadores propõe aumentar em quase R$ 1,5 bilhão as verbas de estímulo ao desenvolvimento do agronegócio. E também aumentar em R$ 2,1 bilhões, comparativamente ao orçamento de 2015, as subvenções para investimentos de agroindustriais e grandes produtores rurais”, destaca Ananias.
“Maldade anunciada”
O projeto de lei do orçamento da União para 2017, recém enviado ao Congresso, evidenciam reduções graves nos recursos para obtenção de terras e para assistência técnica e extensão rural. O governo propõe R$ 201,7 milhões para obtenção de terras e R$ 333,5 milhões para assistência técnica.
A proposta aponta ainda que a dotação para desapropriações em 2017 é 72% menor do que a de 2014 (R$ 720,5 milhões) e quase 64% inferior à de 2016 (R$ 551,8 milhões). “Trata-se de maldade anunciada. O Incra dos novos tempos sombrios proclamou em agosto que não haverá meta de criação de assentamentos em 2017”, afirma o deputado no texto.
No caso da assistência técnica para agricultores familiares e assentados da reforma agrária, a dotação prevista para 2017 é inferior em quase 70% à de 2014 (R$ 1,1 bilhão) e em quase 45% à de 2016 (R$ 601,4 milhões).