Estanque da Lava Jato provoca briga entre Padilha e ministro da AGU

O clima no Palácio dos golpistas não é dos melhores. Para quem acreditava que após a consumação do golpe tudo estaria as mil maravilhas se enganou feio, a começar pelas manifestações populares pelo Fora Temer. Nesta quinta-feira (8) a temperatura subiu entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que cobrou a demissão de Fábio Medina Osório, da Advocacia-Geral da União.

Eliseu Padilha

Padilha foi quem indicou Medina para a pasta, mas estaria insatisfeito com o trabalho do pupilo no comando da AGU. Em entrevista à GloboNews, Medina não escondeu a irritação com o amigo. Disse que "não é Padilha quem demite" e que aguardava uma conversa com Temer.

"Se eu sair amanhã do governo, sairei sem ter falado com Temer. O mínimo que se espera é uma conversa com o presidente. Que governo é esse que ministro demite ministro? Eu não pedi demissão", afirmou.

Segundo fontes, Medina não estaria cumprindo as tarefas de estancar a Lava Jato, o que irritou Padilha. Perguntado por que era contra, Padilha explicou que, ao envolver a AGU na Lava-Jato, Medina traria 'problemas para o governo'.

Padilha alegou que Osório não atuava em compasso com o governo Temer e citou como exemplo o pedido que o chefe da AGU fez para ter acesso aos inquéritos de políticos envolvidos na operação Lava Jato sem comunicar o presidente ou sua cúpula.

Entre os citados na Lava Jato, estão vários políticos do PMDB, incluindo ministros, como Geddel Vieira Lima e o próprio Padilha, além de Michel Temer, mencionado na delação da Odebrecht.

Medina se transformou no quarto ministro que cai no governo Temer. Antes foram Romero Jucá, do Planejamento, Fabiano Silveira, da Transparência, e Henrique Alves, do Turismo.

Em nota, o governo informou nesta sexta-feira (9), a demissão de Medina e colocando no lugar Grace Maria Fernandes Mendonça, a primeira e única mulher no ministério.