Geddel diz que "vai empurrar o país com a barriga até 2018"

Se a relação entre tucanos e peemedebista não estava boa, agora pode azedar de vez. Contrariando os planos acertados na aliança pelo golpe com o PSDB, o coordenador político de Michel Temer, Geddel Vieira Lima, disse que o seu governo avalia empurrar o país com a barriga até 2018.

Geddel Vieira Lima - Agência Brasil

"O país terá de decidir se quer reformas como a da Previdência", disse Geddel, em entrevista ao jornalista Josias de Souza, do UOL. Segundo ele, a alternativa aos ajustes é "o governo empurrar os problemas com a barriga até 2018 e entregar a bomba atômica na mão de quem vier".

"A experiência que tive no governo de Fernando Henrique Cardoso ensina que as reformas importantes têm que ser discutidas, comentadas, mastigadas", defende Geddel, que foi líder da bancada do PMDB na Câmara durante o governo tucano. "Só assim todos terão clareza do que se pretende".

A declaração de Geddel tem o mesmo efeito atômico na relação com os tucanos, que pressionam pela relaização das reformas previdenciária e trabalhista. Mas com o crecimento das meniafestações pelo "Fora Temer", após a consumação do golpe no Senado, e a reação unitária das centrais sindicais contra o retrocesso, deixaram o governo golpista acuado.

A fatura do apoio ao impeachment e ao governo golpista já foi cobrada pelo seandor aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado nas urnas em 2014. "O recado foi claro para aqueles que, dentro da base, em especial no PMDB, não demonstram compromisso com as reformas. O PSDB tem ecoado com muito mais clareza as posições do presidente Temer do que o seu próprio partido. Sem o PMDB agindo de forma coesa, as dificuldades de Temer serão quase intransponíveis", cobrou Aécio.