PM ataca estudantes que tentam acompanhar CPI da Merenda

Estudantes secundaristas que acamparam, desde a madrugada desta terça-feira (14), na entrada da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), para acompanhar o depoimento à CPI da Merenda do presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), foram atacados pela PM e barrados com violência pelos correligionários de Capez. Ele é acusado de integrar o esquema de desvio de recursos de contratos para fornecimento de refeições aos alunos da rede pública estadual.

PM ataca estudantes que tentam acompanhar CPI da Merenda - Pedro Lopes/ Mídia Ninja

Segundo o diretor da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Daniel Cruz, os secundaristas tentaram entrar no plenário, mas foram reprimidos pela Polícia Militar, que atirou spray de pimenta nos jovens.

Ainda durante a tentativa de entrar na CPI, um estudante foi preso pela PM – ainda não informações sobre as razões para a detenção, nem para onde o jovem foi levado. Os secundaristas estão concentrados nos corredores da Alesp e pedem que a reunião seja realizada em um plenário maior para que todos participem.

O presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Emerson Santos, denunciou em sua página do Facebook o ocorrido.

"CPI da Merenda manchada de sangue! Os estudantes que acamparam em frente da Alesp para garantir a nossa participação na sessão desta CPI foram proibidos de entrar! Quando chegamos já havia uma fila com número exatos de vagas do auditório, de pessoas que nunca participaram da CPI da merenda. Certamente todos comprados para usurpar um espaço conquistado pela luta dos estudantes a partir da Ocupação da Alesp! Estudantes levaram gás de pimenta no rosto, apanharam e um secundarista que é do RJ foi detido.Estrudantes sangraram! Vamos resistir contra a Truculência e a violência da PM! Vamos te aguardar Sr. Capez! Hoje você não foge dos estudantes!" afirma Emerson. 

PT abandona sessão

Após a segunda repressão da polícia contra os estudantes, o PT abandonou a sessão da CPI da Merenda. Segundo o deputado estadual Alencar Santana (PT) "com os ataques da PM e o impedimento da participação de estudantes a sessão tornou-se insustentável". A bancada petista, que havia sugerido a troca do plenário da reunião para caber todos os estudantes, pediu que a sessão fosse suspensa, mas foi negado pelo presidente da Comissão, Marcos Zerbini (PSDB).

Durante esta manhã, Luis Carlos Gutierrez, assessor de Fernando Capez, foi ouvido. Ele negou todas as perguntas e afirmou que não conhecia ou recebeu propinas da Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf).