Aeronaves da coalizão liderada por EUA atacaram tropas sírias

Aeronaves da coalizão internacional, liderada pelos EUA, realizaram 4 ataques aéreos contra as tropas do governo sírio. Morreram 80 soldados e o ataque abriu caminho para uma grande ofensiva do Estado Islâmico contra as forças do governo Assad. Cerca de 180 militares ficaram feridos, informou no sábado o representante oficial do ministério da Defesa da Rússia, general-major Igor Konachenko.

Cidade síria de Deir Er Zor

Sábado, "entre as 17 horas e 17h50 no horário de Moscou (10 horas e 10h50 de Brasília), na região do aeroporto da cidade Deir ez-Zor (Síria), as aeronaves da "coalisão internacional de combate ao Estado Islâmico" (dois F-16 e dois A10) realizaram quatro ataques contra tropas governamentais sírias, que estavam cercadas pelos militantes do Daesh.

"As aeronaves da coalizão entraram no espaço aéreo da República Árabe da Síria a partir da fronteira iraquiana", disse Konachenko, e não tinham a autorização do governo do presidente Bashar al-Assad.

Após o ataques, os militantes do Daesh iniciaram uma ofensiva. Segundo o general russo, a região do aeroporto, onde estava sendo armazenada a ajuda humanitária para a população local, está tomada por intensos combates entre as tropas sírias e os terroristas.

O Comando Central dos Estados Unidos divulgou um comunicado admitindo ter atingido posições do exército sírio perto de Deir ez-Zor, mas afirmando que não tinha a intenção de alvejar os militares sírios, em violação do acordo de cessar-fogo.

O Ministério da Defesa russo imediatamente criticou os EUA pelo ataque letal, observando que o Estado Islâmico aproveitou a situação para se engajar em uma grande ofensiva contra as posições bombardeadas do regime de Assad.

"Se este ataque aéreo foi realizado devido a um erro nas coordenadas do alvo, trata-se de uma consequência direta da relutância da parte dos EUA em coordenar suas ações contra grupos terroristas com a Rússia", disse Konachenko.

No comunicado americano, o Comando Central diz que "as forças da coalizão acreditavam que estavam atacando uma posição de combate do Estado Islâmico que elas vinham rastreando por uma quantidade significativa de tempo. O ataque aéreo da coalizão foi interrompido imediatamente quando as forças da coalizão foram informadas por oficiais russos de que era possível que o pessoal e os veículos alvejados eram parte do exército sírio".

A declaração segue sugerindo que a Rússia seria de alguma forma culpada pelo incidente que matou os 80 soldados sírios porque os EUA teriam “informado anteriormente as contrapartes russas sobre o ataque iminente". O Ministério das Relações Exteriores da Rússia negou que os EUA tivessem alertado Moscou sobre a operação perto de Deir ez-Zor.