CE: 3ª semana de greve dos bancários começa com 419 agências fechadas

Na última segunda-feira (19), a greve dos bancários entrou no seu 14º dia com adesões cada vez mais fortes. Estão fechadas 419 agências em todo o Estado, sendo 223 em Fortaleza e 196 no Interior, que dá um percentual de paralisação de 74,56% do total. Os principais corredores bancários da capital estão sendo fechados pelo movimento paredista.

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Para o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), Carlos Eduardo Bezerra, a expectativa é de que a greve continue a crescer. “Os patrões e o governo não tem tido o devido respeito às nossas reivindicações. Queremos mais empregos, saúde e segurança, remuneração, igualdade de oportunidades e condições de trabalho”, disse.

“Nos bancos privados, a adesão é crescente. Os bancários estão cada vez mais organizados e unidos mostrando sua força à Fenaban para pressionar por uma proposta digna. A ordem é fortalecer a greve para conquistarmos nossas reivindicações”, avaliou o diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, Ribamar Pacheco.

Sobre o papel social dos bancos, o diretor do Sindicato, Marcos Saraiva destaca: “hoje, o empregado de banco público mais parece um comerciante: tem que vender seguro, cartão etc, para cumprir metas absurdas, quando na verdade, o papel do banco público é fomentar o desenvolvimento e o crescimento do País”, disse.

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O modelo de reajuste abaixo da inflação com abono, proposto pela Fenaban, foi rejeitado pela categoria, por unanimidade, nas assembleias, e levou à greve em todo o País.

A greve nacional dos bancários 2016 é a maior da história. Na última segunda-feira (19), décimo quarto dia de mobilização, 13.071 agências tiveram as atividades paralisadas, um recorde para a categoria. O número representa 56% do total de agências do Brasil.

Principais reivindicações dos bancários

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.

PLR: 3 salários mais R$8.317,90.

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).