Lava Jato decifra nomes do PT, mas não identifica "Santo" do metrô

A Lava Jato disse que decifrou os codinomes cifrados na lista da Odebrecht e apontou o ex-ministro Antonio Palocci, do PT, como o suposto "italiano", e pedindo a sua prisão. Mas a mesma capacidade não foi possível para identificar quais são as pessoas – e partidos – que receberam valores da empreiteira em obras do metrô executadas pelo governo do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo.

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De acordo com reportagem publicada pelo jornalista Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo, a força-tarefa não conseguiu ter a mesma agilidade para decifrar quem é quem na propina quando se trata de governos ligados ao PSDB.

Na lista, entre os codinomes usados, existem "corintiano", "santista", "vizinho", "cambada em SP" e até um "santo", que teria recebido R$ 500 mil da empreiteira.

Em um e-mail o diretor da Odebrecht responsável pelo contrato da Linha 4, Marcio Pellegrini, diz que um tal da "Santo" recebeu a quantia em duas parcelas, em 2004. Talvez o "Santo" do apelido tenha livrado o dito da apuração dos investigadores.

Ainda de acordo com a matéria, alguns pagamentos eram solicitados pelos agentes ligados ao Metrô de São Paulo eram "explicitamente a título de contribuição para campanhas eleitorais", como garantia do favorecimento futuro da Odebrecht em obras públicas da área de interferência dos agentes políticos.

A empreiteira é responsável pelas principais obras do metrô, que é de responsabilidade do governo estadual comandado pelo PSDB há quase duas décadas.

Mas não foram somente as obras do metrô. Desde março, a Lava Jato tem documentos encontrado na residência de Benedicto Oliveira, um dos executivos da Odebrecht, com anotações que faz referência ao tal 'Santo’, indicando pagamento de 5% do valor de um contrato das obras da rodovia Mogi-Dutra do governo Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, em 2002.

Por meio de nota, a secretaria de Transportes de São Paulo se defendeu. “A relação do governo do Estado e seus contratados para a realização de obras ou prestação de serviços é baseada nos princípios legais e com aprovação de suas contas pelos órgãos competentes. A EMTU e o Metrô desconhecem qualquer irregularidade em suas obras. As empresas, contudo, estão à disposição para colaborar com a Força Tarefa da Lava Jato e esclarecer toda e qualquer informações."